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STF medeia embate em torno de medicamento de R$ 17 milhões – 21/10/2024 – Equilíbrio e Saúde

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STF medeia embate em torno de medicamento de R$ 17 milhões - 21/10/2024 - Equilíbrio e Saúde

Raquel Lopes, Mateus Vargas, Idiana Tomazelli

O financiamento de um remédio de alto custo usado no tratamento da distrofia muscular de Duchenne abriu um impasse entre o governo federal e a farmacêutica Roche, em negociações mediadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O medicamento Elevidys, que tem custo médio de R$ 17 milhões, ainda não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) e está em avaliação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Devido a essa situação, famílias têm recorrido à Justiça para que o Ministério da Saúde cubra os custos. Hoje, 108 ações judiciais estão em andamento, aguardando o desfecho do possível acordo, mas já houve 19 decisões liminares (provisórias) determinando à União fornecer o Elevidys.

O ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendeu parte das decisões e abriu a tentativa de conciliação. Foram preservadas aquelas que beneficiam crianças de até sete anos.

O governo federal, representado pelo Ministério da Saúde e pela AGU (Advocacia-Geral da União), resiste à disponibilização do medicamento no SUS porque, além do alto custo, considera, entre outros motivos, que os estudos não demonstraram benefícios significativos na qualidade de vida dos pacientes.

A AGU informou em nota à reportagem que é inviável financeiramente a Saúde ter que disponibilizar o remédio. A estimativa é que cerca de 1.600 pacientes se enquadram na faixa etária para o uso. Se todos receberem o tratamento, o impacto chegaria a R$ 27,2 bilhões, o que sacrificaria outras políticas públicas.

As reuniões sobre o tema são conduzidas de forma sigilosa no STF. A próxima sessão está agendada para esta segunda-feira (21).

A distrofia muscular de Duchenne é uma doença rara que causa fraqueza progressiva dos músculos, levando com o tempo à perda de mobilidade e comprometendo as funções respiratória e cardíaca.

Por determinação da Justiça, a Saúde já pagou R$ 52,8 milhões para custear a entrega da terapia a três crianças. Apenas em 2024, a pasta comandada por Nísia Trindade empenhou (etapa que antecede o pagamento) R$ 1,7 bilhão para cumprir decisões judiciais sobre o fornecimento de diferentes tratamentos.

A AGU disse em nota que há uma norma que impede o estado de fornecer medicamentos experimentais, e mesmo remédios registrados só podem ser fornecidos judicialmente se comprovada sua eficácia, acurácia, efetividade e segurança, baseadas em evidências científicas robustas.

Um documento interno da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias), ligada ao Ministério da Saúde, ressalta que ainda há dúvidas sobre os benefícios do Elevidys e sua segurança a longo prazo, uma vez que as evidências são baseadas em poucos estudos, realizados com um número limitado de participantes.

Já a Roche argumenta que o medicamento demonstrou benefícios em desfechos secundários, como estabilizar ou reduzir a progressão da doença em pacientes tratados. Além disso, segundo o laboratório, ele trouxe melhora no tempo que as crianças levam para se levantar do chão e percorrer dez metros.

No entanto, a empresa reconheceu que o medicamento não atingiu o desfecho principal, não apresentando resultados na pontuação da escala North Star Ambulatory Assessment, que avalia a função dos membros inferiores, em crianças de 4 a 7 anos com a capacidade de caminhar preservada.

A Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica e a ADB (Aliança Distrofia Brasil) também têm ressalvas ao medicamento. A primeira aponta que o tratamento não tem mostrado evolução nos pacientes, enquanto a ADB expressa preocupação com a falta de dados sobre os desfechos clínicos do uso do medicamento.

A Folha teve acesso a um parecer da AGU que questiona, ainda, parte das 55 ações protocoladas até a elaboração do documento, apontando que 20 delas envolvem pacientes excluídos dos estudos que fundamentaram o uso do medicamento.

A AGU também destacou que 38 ações foram abertas com base em prescrição de um único médico, o neurologista infantil Luís Fernando Grossklauss. Com isso, haveria a “necessidade de se discutir com maior abrangência os limites éticos existentes em grande quantidade de prescrições similares, oriundas de um mesmo profissional”, disse o órgão.

Grossklauss defende o uso do medicamento, afirmando que ele consegue estabilizar o quadro dos pacientes. No entanto, o profissional reconhece que ainda não é possível determinar por quanto tempo essa estabilização pode ser mantida.

“Estou falando de uma doença degenerativa que a criança vai perdendo pontuação em uma escala. Para uma doença degenerativa, estabilização é uma maravilha”, afirmou o médico. Ele negou receber qualquer pagamento de farmacêuticas para prescrever o medicamento.

O profissional justificou a semelhança dos laudos pela característica comum da doença, que resulta na perda progressiva de força muscular. Também afirmou que há escassez de especialistas que tratam esse tipo de condição.

Questionado sobre a prescrição para faixas etárias fora do intervalo estudado, de 4 a 7 anos, o médico disse que segue as orientações da FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora dos Estados Unidos, que aprovou o uso do medicamento de forma definitiva para crianças a partir dos quatro anos e que ainda estejam andando.

A AGU, entretanto, diz que no processo de registro na FDA foram juntadas várias manifestações técnicas apontando pouco ou nenhum resultado para os pacientes que usaram o remédio na fase de pesquisa.

“Há informação, ainda, de que aproximadamente 40% dos pacientes que receberam esse medicamento tiveram efeitos colaterais de natureza grave, como miocardite e problemas no fígado”, disse a AGU. A Roche afirmou que estudos já provaram a segurança do produto.

A Anvisa afirmou, em nota, que a análise está sendo feita para o fornecimento do medicamento em crianças de 4 a 7 anos. No momento, a agência aguarda resposta dos últimos pedidos de informações feitos à Roche, enviado em setembro de 2024.

A discussão sobre o medicamento se intensifica por ser o único que atua diretamente na causa da doença. Atualmente, o tratamento disponível para crianças é limitado ao uso de corticoides e fisioterapia, que apenas reduzem os impactos.

Essa nova opção trouxe esperança para a família de Raul Rassele, de 4 anos. Seus pais, Deborah Rassele e Rafael Rassele, entraram na Justiça e criaram uma vaquinha online para financiar o tratamento. Raul faz uso diário de corticoides desde o ano passado. Para Deborah, a estabilização da doença já traz esperança.

“Apesar do custo exorbitante, o medicamento existe, e Raul tem direito a recebê-lo. Não quero que, daqui a 20 anos, ele esteja apenas piscando os olhos. Hoje, ele diz que corre igual ao Flash”, afirmou, em referência ao personagem de história em quadrinhos cujo superpoder é a velocidade.





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Amad Diallo sela vitória tardia do Manchester United no derby para surpreender o City | Primeira Liga

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Amad Diallo sela vitória tardia do Manchester United no derby para surpreender o City | Primeira Liga

David Hytner

Quando Ruben Amorim supervisionou a vitória anterior sobre Cidade de Manchester – com o seu antigo clube, o Sporting, na Liga dos Campeões – iria empurrar os actuais campeões da Premier League para a crise. Isso foi no início de novembro e foi a terceira derrota consecutiva do City.

Como Amorim repetiu o truque aqui, foi para animar seu novo projeto na Manchester United e deixar Pep Guardiola de joelhos. Parece não haver saída para a miséria do treinador do City, esta é a oitava derrota em 11 jogos em todas as competições, o declínio da sua equipa conquistadora é forte e extraordinário.

Por muito tempo, parecia que o City fecharia uma vitória muito necessária graças ao cabeceamento de Josko Gvardiol no primeiro tempo. Eles jogaram humildemente, mas o United não tinha vantagem. Eles estavam em pó no terço final. E depois, no final, não o foram e poderão abraçar um resultado que Amorim tentará usar como catalisador.

Foi Amad Diallo, o artista de destaque na gestão de Amorim, quem fez a diferença. Primeiro, ele ganhou um pênalti depois que o lateral-esquerdo emergencial do City, Matheus Nunes, deixou um passe para trás lamentavelmente curto. Amad enganou Nunes em um desarme precipitado com um lindo movimento de pára e vai e Bruno Fernandes marcou o empate na cobrança de pênalti.

Para alegria do United, havia mais. Amad estava atento para correr para um passe longo e seu primeiro toque foi lindo, levando para cima e para o lado de Ederson que avançava. O segundo também não foi mau, um remate de um ângulo apertado que passou por cima da linha, e Gvardiol não conseguiu desviar-se mesmo à sua frente.

O City venceu os três derbies anteriores do campeonato aqui – e marcou 13 gols neles. Houve apenas angústia e descrença contínua nesta ocasião. As inseguranças estão por toda parte.

Havia uma vibração estranha em torno do jogo, ambos os times lutando, o enredo incomum. Veja a abertura de Guardiola na sexta-feira sobre a ideia de perder o vestiário. Imagine ouvir isso no final de outubro, quando o City estava invicto em todas as competições. Teve até o detalhe da dieta de Guardiola. Ele prefere sopa à noite porque seu estômago está revirando muito.

Os jogadores do Manchester City estão surpresos quando a partida foge deles no Etihad. Fotografia: Tom Jenkins/The Guardian

Quanto ao United, os problemas são profundos, principalmente no pouco tempo que Amorim tem no campo de treinamento para realizar uma mudança abrangente de estilo. Ele está perfeitamente consciente da escala do desafio.

Foram apenas esses 90 minutos e os jogadores presentes, mesmo que dois ausentes lançassem sombras. Amorim excluiu Marcus Rashford e Alejandro Garnacho de sua equipe, uma decisão que ele indicou se basear em parte no que viu deles em Carrington, o que parecia ameaçador.

A ideia de Amorim era ser sólido; daí Noussair Mazraoui e Diogo Dalot como laterais, Amad mais à frente como o número 10 do lado direito. Harry Maguire entrou no coração dos três defensores. O United percebeu que havia espaços atrás da linha defensiva do City e Manuel Ugarte limpou Amad aos 26 minutos, mas ele rematou ao lado. A bandeira de impedimento subiu.

A descoberta do City não havia sido anunciada e, quando aconteceu, foi um grande tônico para eles. Do ponto de vista do United, o facto de ter surgido de um canto foi repugnante e não foi nenhuma surpresa. Eles rotineiramente falharam em defendê-los adequadamente nesta temporada.

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Bruno Fernandes comemora o empate do Manchester United diante dos torcedores do City. Fotografia: Alex Livesey/Danehouse/Getty Images

O City jogou curto e houve sorte quando um cruzamento de Kevin De Bruyne desviou de Amad para fazer uma curva perfeita para a corrida de Gvardiol. Dalot não fez o suficiente e Rasmus Højlund foi sugado para a bola. Gvardiol estava livre para o cabeceamento.

Lesões faziam parte da história. Guardiola não pôde contar com Manuel Akanji e Nathan Aké, enquanto John Stones estava em boa forma apenas para regressar ao banco. Com Rico Lewis suspenso, o técnico tinha apenas três defensores totalmente aptos e disponíveis; talvez sete no elenco não sejam suficientes? Foi por isso que Nunes acabou na lateral-esquerda. O United, por sua vez, perderia Mason Mount aos 12 minutos – um duro golpe para o infeliz meio-campista.

Houve polêmica após o gol de Gvardiol, com Kyle Walker enfrentando Højlund depois de ele ter feito falta sobre o atacante do United. Walker murcharia, uma tentativa vergonhosa do internacional inglês, com 93 internacionalizações, de fazer com que o seu adversário fosse expulso. Ambos foram reservados.

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Phil Foden chutou ao lado do poste próximo aos 21 minutos e o meio-campista do City voltou a ficar perto nos acréscimos do primeiro tempo, após uma explosão de dedos brilhantes, mas não foi um suspense.

O United tinha ritmo e estrutura nos passes, mas precisava mostrar mais personalidade e incisão. O City estava feliz por ter algo para segurar. Eles convidaram o United no segundo tempo e se foi estranho vê-los jogar com tão pouca força, talvez eles tenham pensado que o United não seria capaz de prejudicá-los.

Amad acertou Ederson de cabeça e Fernandes teve uma grande chance aos 74 minutos, após ser liberado por Hojlund. Quando sua finalização saiu bem longe do poste mais distante, parecia ser o caso do United. Amad tinha outras ideias.



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Jornalista palestino e trabalhadores da Defesa Civil de Gaza mortos em ataque israelense | Notícias do conflito Israel-Palestina

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Jornalista palestino e trabalhadores da Defesa Civil de Gaza mortos em ataque israelense | Notícias do conflito Israel-Palestina

Um ataque aéreo israelita matou o jornalista palestiniano Ahmed Al-Louh e cinco trabalhadores da Defesa Civil palestiniana no campo de Nuseirat, no centro de Gaza.

Al-Louh, que trabalhava como cinegrafista da Al Jazeera ao lado de outros meios de comunicação, foi morto no domingo no ataque ao posto da Defesa Civil no campo central de Gaza, segundo médicos e jornalistas locais.

O ataque ocorreu enquanto ataques militares israelenses na Faixa de Gaza matavam pelo menos 28 palestinos no domingo, disseram médicos. Allouh é o terceiro jornalista morto em Gaza nas últimas 24 horas.

A Al Jazeera árabe informou que Al-louh estava trabalhando enquanto foi morto, usando colete de imprensa e capacete. Ele foi levado ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, na cidade de Deir el-Balah, em Gaza.

A Al Jazeera Media Network condenou o assassinato de Al-Louh e apelou aos direitos humanos e às organizações de comunicação social “para condenarem o assassinato sistemático de jornalistas a sangue frio pela Ocupação Israelita, a evasão de responsabilidades ao abrigo do direito humanitário internacional, e para trazerem os perpetradores deste crime hediondo à justiça”.

“Instamos as instituições jurídicas internacionais relevantes a tomar medidas práticas e urgentes para responsabilizar as autoridades israelitas e todos aqueles que são responsáveis ​​pelos seus crimes hediondos e a adoptar mecanismos para pôr fim à perseguição e assassinato de jornalistas”, acrescentou a rede.

Al-Louh estava cobrindo A guerra de Israel em Gaza quando começou em outubro de 2023, integrado nas equipes de Defesa Civil Palestina da Faixa de Gaza, disse Hind Khoudary da Al Jazeera.

“É mais um dia comovente para os palestinos, as equipes da Defesa Civil e os jornalistas. Nós (temos) nos perguntado: quantas vezes continuaremos reportando o(s) assassinato(s) de nossos colegas e entes queridos?” Khoudary disse, reportando de Deir el-Balah.

O gabinete de comunicação social de Gaza disse que o chefe do serviço de emergência civil em Nuseirat, Nedal Abu Hjayyer, também foi morto no ataque de domingo.

“O quartel-general de emergência civil no campo de Nuseirat foi atingido durante a presença das tripulações. Eles trabalham 24 horas por dia para servir as pessoas”, disse Zaki Emadeldeen, do serviço de emergência civil, aos repórteres no hospital.

“O serviço de emergência civil é um serviço humanitário e não político. Trabalham em tempos de guerra e de paz ao serviço do povo”, disse, acrescentando que o local foi atingido diretamente por um ataque aéreo israelita.

Os militares israelenses disseram que estavam investigando o ataque.

Vários outros jornalistas palestinos foram mortos na semana passada, com 195 mortos em Gaza desde o início da guerra de Israel, disse Khoudary.

Hani Mahmoud, da Al Jazeera, disse no domingo que o jornalista palestino Mohammed Jabr al-Qrinawi foi morto junto com sua esposa e filhos em um ataque aéreo israelense que teve como alvo sua casa no campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza, na noite de sábado.

No início do sábado, a Al Mashhad Media disse que o seu jornalista Mohammed Balousha foi morto num ataque israelita em Gaza.

Vários jornalistas da Al Jazeera foram mortos desde o início da guerra de Israel em Gaza, incluindo Ismail al-Ghoul, Rami al-Rifi, Samer Abudaqa e Hamza Dahdouh.

Também no domingo, um ataque aéreo atingiu pessoas que protegiam camiões de ajuda humanitária a oeste da Cidade de Gaza. Os médicos disseram que vários foram mortos ou feridos, mas os números exatos ainda não estavam disponíveis.

Moradores também disseram que pelo menos 11 pessoas foram mortas em três ataques aéreos israelenses separados na Cidade de Gaza. Nove foram mortos nas cidades de Beit Lahiya, Beit Hanoon e no campo de Jabalia, quando grupos de casas foram bombardeados ou incendiados, e dois foram mortos por disparos de drones em Rafah.

No início do domingo, pelo menos 15 palestinos foram mortos após Forças israelenses invadiram a escola Khalil Oweida em Beit Hanoondisseram fontes à Al Jazeera.

Vários outros ataques israelenses no domingo mataram palestinos perto do Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza; e em Shujayea, em Khan Younis.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 44.976 palestinos foram mortos pelas forças israelenses desde 7 de outubro de 2023.



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em Toulouse, manifestantes exigem suspensão do canteiro de obras

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em Toulouse, manifestantes exigem suspensão do canteiro de obras

Manifestantes contra o projeto da autoestrada A69 exigem a suspensão das obras, em Toulouse, 15 de dezembro de 2024.

Entre 800 pessoas, segundo a prefeitura, e 2.200, segundo os organizadores, manifestaram-se no domingo, 15 de dezembro, em Toulouse, contra a A69 e o adiamento por vários meses da decisão judicial sobre a continuação da construção desta polêmica rodovia. “Canteiro de obras ilegal”, “Parem o massacre em curso” ou “Ovelhas, não alcatrão” poderíamos ler nos cartazes brandidos por estes opositores da autoestrada Toulouse-Castres de todas as idades.

Falando antes do início da manifestação, Geoffrey Tarroux, do coletivo La Voie Est Libre, lamentou que “a justiça se alinha atrás dos lobbies privados”acrescentando, sob aplausos da multidão, que “o projeto será interrompido”.

Embora a sua decisão sobre a continuação do canteiro de obras da A69 fosse aguardada há meses, o tribunal administrativo de Toulouse optou em 9 de dezembro por relançar a investigação desta questão candente, o que permitiu ao fabricante da A69, Atosca, continuar as obras. Os manifestantes anunciaram no domingo que solicitariam uma audiência sumária a partir de segunda-feira para tentar obter a suspensão dos trabalhos, enquanto aguardam uma decisão de mérito dentro de alguns meses.

A manifestação foi organizada por um coletivo de cerca de vinte associações e sindicatos, incluindo Attac, Greenpeace e CGT. Perto do final da manifestação, a tropa de choque usou gás lacrimogéneo para forçar o recuo de alguns manifestantes que iam subir a uma árvore perto do tribunal administrativo de Toulouse para pendurar uma faixa.

Para Marie Roqueta, esse adiamento “escandaloso reflete a pressão sobre o sistema de justiça, em particular por parte do grupo farmacêutico Pierre Fabre”que ameaçou no final de novembro pôr em causa a sua presença local caso a obra parasse. “Não é esta autoestrada que vai abrir Castres. Pelo contrário, fará dela uma cidade dormitório”acrescentou o manifestante de 40 anos.

O mundo com AFP

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