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Tarifas, tecnologia e Taiwan: como a China espera tornar sua economia à prova de Trump | China

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Amy Hawkins and Helen Davidson

CHina está se preparando para quatro anos de relações voláteis com seu maior parceiro comercial e rival geopolítico, enquanto a poeira baixa com a notícia de que Donald Trump estará mais uma vez na Casa Branca.

Na quinta-feira, o presidente da China, Xi Jinpingparabenizou Trump pela sua vitória e disse que os dois países devem “dar-se bem na nova era”, de acordo com uma leitura do governo chinês.

“Uma relação estável, saudável e sustentável entre a China e os EUA é do interesse comum de ambos os países e está em linha com as expectativas da comunidade internacional”, disse Xi.

Mas a realidade é que a segunda presidência de Trump, que começará como China enfrenta uma situação económica difícil e um entrincheirado, agressividade bipartidária em Washingtonserá um desafio para Pequim.

“O Trump 2.0 provavelmente será mais destrutivo do que a versão de 2017”, disse Wang Dong, professor de relações internacionais na Universidade de Pequim, numa entrevista pré-eleitoral à mídia chinesa.

“Em comparação com o seu primeiro mandato em 2017, as opiniões de Trump na sua segunda campanha em 2024 não mudaram muito, mas a situação interna e o ambiente internacional mudaram dramaticamente… durante o período Trump 2.0, a China e os Estados Unidos provavelmente terão atritos e conflitos constantes”.

A guerra comercial ‘será pior’

Analistas disseram que a abordagem de Trump à China será difícil de prever. Durante sua última presidência, ele passou de elogiando Xi como um grande líder e amigo, a presidir uma série de políticas agressivas e travando uma guerra comercial que colocou as duas maiores economias do mundo uma contra a outra.

Xi, que agora preside uma economia interna muito pior, espera provavelmente evitar uma repetição da guerra comercial, mas pode estar sem sorte. Durante a campanha, Trump prometeu impor tarifas de 60% sobre todas as importações chinesaso que poderá afectar bens no valor de 500 mil milhões de dólares, sugeriram à Reuters os gestores de activos PineBridge Investments.

Visitantes inspecionam vários wafers de silício em exibição em Taiwan. Fotografia: Ritchie B Tongo/EPA

Yu Jie, pesquisador sênior da Chatham House, disse que os legisladores em Pequim vêm se preparando há meses para uma vitória de Trump. A guerra comercial “será pior do que o primeiro mandato de Trump”, disse Yu. Portanto, o governo chinês está a tentar diminuir antecipadamente a sua exposição aos EUA.

Uma abordagem tem sido aumentar os volumes comerciais da China com os países do sul global. Em Setembro, na cimeira do Fórum sobre Cooperação China-África em Pequim, Xi anunciado que a China introduziria um regime de tarifas zero para os países em desenvolvimento que têm relações diplomáticas com Pequim, incluindo 33 em África. Estas políticas contrastam fortemente com as barreiras económicas entre a China e os EUA.

E no meio das restrições dos EUA e dos seus aliados A capacidade da China de adquirir a tecnologia mais avançada para a fabricação de semicondutoresas empresas chinesas concentraram-se na construção das suas próprias alternativas.

O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação revelou recentemente que construiu um scanner de litografia capaz de produzir chips de até 65 nanômetros. Isso ainda está muito atrás da tecnologia mais avançada da ASML, a Empresa holandesa que foi impedida de vender determinados equipamentos à China devido a um acordo do governo holandês com os EUA, mas ainda é uma melhoria em relação às capacidades da China há dois anos.

‘Um cálice envenenado’

Quando se trata de geopolítica, a abordagem pouco ortodoxa de Trump pode ser uma oportunidade para Pequim, observaram alguns analistas. Com Trump na Casa Branca, “não haverá violência na Taiwan”, disse Shen Dingli, estudioso sênior de relações internacionais em Xangai. “Ele vai fazer um acordo”.

Se tal acordo seria ou não aceitável para Pequim ou Taipei é outra questão. A posição de Trump sobre Taiwan, que a China considera parte do seu território, tem sido muito pouco clara. Durante o seu primeiro mandato presidencial, os EUA aumentaram as vendas de armas a Taiwan e restrições levantadas sobre contactos entre autoridades dos EUA e de Taiwan.

No entanto, no início deste ano, Trump questionou o apoio contínuo dos EUA a Taiwan, acusando-o de roubar a indústria americana de semicondutores e sugerindo Taiwan deveria pagar pela proteção dos EUA.

Mas numa entrevista no mês passado, Trump disse que ele não teria que usar a força militar para evitar um bloqueio a Taiwan – uma opção debatida para uma possível tentativa chinesa de anexá-lo – porque Xi “me respeita e sabe que sou louco”, ele foi citado como ditado.

Um helicóptero militar chinês sobrevoa a ilha de Pingtan, um dos pontos mais próximos da China continental de Taiwan, em 2022. Fotografia: Héctor Retamal/AFP/Getty Images

Ele prometeu tarifas de 150-200% se a China tentasse um bloqueio. Mas isso também levanta complicações. Há alegadamente centenas de empresas taiwanesas na China, que seriam todas vulneráveis ​​às tarifas impostas pela China. Na quinta-feira, Taipei disse que ajudaria as empresas taiwanesas a realocar a produção da China, antes das tarifas de Trump. O ministro da Economia, JW Kuo, disse que o impacto nas empresas seria “bastante grande”.

Drew Thompson, pesquisador sênior da escola de estudos internacionais S. Rajaratnam, diz que é improvável que Trump use Taiwan como moeda de troca em qualquer “acordo” com Xi. Até porque é pouco provável que Xi o aceite como tal.

“O comércio em si é um cálice envenenado para Xi porque ele admite que (Taiwan) ainda não faz parte da China e precisa negociar por isso.”

Alexander Huang, professor associado da Universidade Tamkang, disse num painel em Taipei na quinta-feira que, embora o comportamento de Trump possa ser imprevisível, a sua lógica não o era. “Ele não quer que os EUA sejam aproveitados”, disse Huang, sugerindo que se Trump mobilizasse forças dos EUA para defender Taiwan contra a China, seria puramente para proteger os interesses dos EUA.

Um dos principais pontos de discórdia na relação da China com o Ocidente nos últimos anos tem sido a sua apoio económico e político contínuo à Rússia durante a invasão da Ucrânia. Xi apresenta-se como um estadista global que pode ajudar a mediar a paz, mas os analistas ocidentais dizem que o aprofundamento dos laços económicos e políticos da China prolongou a crise, em vez de a resolver.

Trump afirmou que poderia acabar com a guerra “em 24 horas”. Mas muitos aliados dos EUA temem que o resultado mais provável seja que Trump reduza o fluxo de ajuda militar para a Ucrânia, ou pressione Kiev a aceitar um acordo no qual perde o controlo de algum território para a Rússia.

“Se o apoio de Trump à Ucrânia diminuir, isso dará à China a oportunidade de saltar para a mesa de negociações”, disse Yu. Juntamente com a guerra em curso em Gaza, “Pequim explorará a ideia de que os EUA são a força mais destrutiva do mundo, enquanto Pequim traz estabilidade”.



Leia Mais: The Guardian

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Família adota cachorrinha abandonada na rua por mulher de moto; tentou alcançar tutora

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O brasileiro que distribui peixes para pessoas carentes de BH (MG) na sexta-feira Santa tem apoio de voluntários que ajudam na missão. -Foto (2024): O Tempo/Estado de Minas

O amor para combater a maldade. A cachorrinha que foi abandonada numa rua deserta pela ex-tutora, pilotando uma moto, é adotada justamente pela família que a encontrou e resgatou. Os nomes desses verdadeiros seres humanos não foram divulgados.

Em Barra Velha, SC, as imagens de uma mulher, pilotando uma moto, e abandonando a cadelinha, causaram indignação. A maltês, de 15 anos, foi cuidada por veterinários e técnicos da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema) depois de ser encontrada.

De acordo com a Fundema, a família que achou a cachorrinha, que ganhou o nome de Julie, demonstrou interesse em adotá-la. Como ela foi muito bem tratada por eles, o processo será rápido.

Amor à primeira vista

Julie foi encontrada perdida no meio de uma rua deserta. Mas as imagens mostraram que a pequena tentou alcançar a ex-tutora, correndo em vão atrás da moto.

A família que encontrou a cachorrinha foi autorizada a adotar a dog. A Fundema apenas prepara a formalização do trâmite burocrático.

De acordo com a fundação, o motivo é que as pessoas que salvaram o pet demonstraram “muito carinho e amor” por ela.

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Cuidados veterinários

O presidente da Fundema, Kaiann Barentin, disse que a cachorrinha está saudável e não tem, aparentemente, nenhuma alteração. Segundo ele, a doguinha foi cuidadosamente examinada e passa bem.

Por cautela, Julie será submetida a mais exames de saúde para verificar o estado geral dela.

É importante porque se trata de um animal de 15 anos que estava sob a guarda de uma pessoa que a abandonou.

Ex-tutora alega problemas mentais

A tutora, única suspeita de abandonar Julie na estrada, alegou surto psicótico e desorientação no momento do ato.

Pela lei pena brasileira, pessoas diagnosticadas com transtornos de ordem mental não podem ser punidas, como as demais.

Porém, a Fundema instaurou procedimento administrativo para aplicação de multa contra a mulher.

Já a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o crime de maus-tratos, segundo o Boa Notícia Brasil.

Julie, essa simpática Maltês de 15 anos, agora terá uma família humana nova e que a ama muito. Foto: Fundema Julie, essa simpática Maltês de 15 anos, abandonada pela ex-tutora na rua, agora terá uma família humana nova e que a ama muito. – Foto: Fundema



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Implante de próteses faz brasileiro voltar a andar; teve 2 pernas amputadas

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Médicos brasileiros fizeram a cirurgia na barriga da mãe. Retiraram o útero e operaram o bebê que iria nascer com malformação na medula. - Foto: TV Globo/Reprodução

Vida nova! O gaúcho Jedimar de Oliveira, de 37 anos, morador de Caxias do Sul, RS, recebeu um implante de próteses e voltou a andar, após quase um ano. O brasileiro, que teve as duas pernas amputadas, foi beneficiado por uma técnica usada é inovadora, a ostointegração, semelhante à aplicada nos implantes dentários.

Oito meses depois da amputação provocada por uma vasculite (inflamação da parede dos vasos sanguíneos, que pode afetar qualquer parte do corpo), Jedimar voltou a sentir o prazer de pisar no chão.

“O que mais me perguntam é se sinto dor. E não, não sinto nada. É como se minhas pernas ainda estivessem aqui. Desde que instalei as próteses, tenho a consciência de onde estou pisando”, disse o homem.

Como funciona

As próteses mantêm Jedimar de pé e foram instaladas com a mesma técnica utilizada em implantes dentários.

A chamada osteointegração implantou na tíbia de Oliveira uma haste metálica e as próteses foram acopladas diretamente nela, o que facilita a adaptação e garante movimentos muito próximos dos naturais.

A operação realizada pela equipe de ortopedia do Pompéia Ecossistema de Saúde foi a primeira da América Latina feita nas duas pernas e anexada à tíbia.

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Reaprender a caminhar

As duas hastes metálicas são implantadas nas tíbias de Jedimar para que consiga ter segurança para ficar de pé e andar. As próteses são acopladas com precisão, segundo NB Notícias.

A coordenadora do curso de Fisioterapia da FSG, Alexandra Renosto, explicou que antes do grande dia, de colocar as próteses, Jedimar fez uma série de exercícios para “reaprender a caminhar”.

“Não é exagero dizer que ele precisou reaprender a caminhar. Ele ainda está, inclusive, em processo de aprendizagem. Precisamos respeitar a integração do osso com o implante e começamos de forma progressiva a soltar o peso dele nas próteses”, disse.

Osteointegração no Brasil

Desenvolvida na Suécia nos anos 1990, a osteointegração é uma técnica considerada recente no Brasil devido ao custo elevado.

No caso de Jedimar, a equipe que o tratou fez campanha para arrecadar recursos e financiar o tratamento. Deu certo!

A inovação foi trazida ao país pelo ortopedista Marcelo Souza e pelo protesista Tiago Bessa, que realizaram o primeiro procedimento do tipo em 2022, em uma paciente com amputação na perna direita devido a câncer ósseo.

Desde então, 24 pacientes já passaram pela técnica no Brasil e na Argentina.

O brasileiro Jedimar é o primeiro no país a receber implante de próteses nas duas pernas e consegue andar. Para conseguir receber os implantes, a equipe do hospital fez campanha para arrecadar dinheiro. Foto: @J3dmar O brasileiro Jedimar é o primeiro no país a receber implante de próteses nas duas pernas amputadas e consegue andar. Para conseguir receber os implantes, a equipe do hospital fez campanha para arrecadar dinheiro. Foto: @J3dmar

Veja o Jedimar de Oliveira caminhando normalmente com as próteses:



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Sai ranking das melhores comidas de rua do mundo; coxinha na lista!

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O brasileiro Jedimar de Oliveira, de 37 anos, do RS, é o primeiro a receber este implante de próteses nas duas pernas amputadas, e volta a andar após oito meses.- Foto: @j3dmar

Monique de Carvalho

18 / 04 / 2025 às 09 : 56

A coxinha é a comida que representa nosso país no ranking das melhores comidas de rua do mundo. – Foto: TesteAtlas

Comida de rua é mais do que alimentação: é cultura, memória e afeto. E o mundo todo parece estar descobrindo isso, prato por prato. Um novo ranking divulgado pelo site TasteAtlas mostrou quais são as melhores comidas de rua do mundo— e o Brasil ganhou seu espacinho com a saborosa coxinha!

O ranking foi formado com base nas notas dadas por pessoas do mundo todo, que experimentaram os pratos em seus países de origem. A lista virou uma verdadeira viagem gastronômica, passando por sabores da Argélia, China, Indonésia, México, Índia e, claro, do Brasil.

Entre bolinhos recheados, massas fritas e combinações exóticas, a coxinha brasileira se destacou. Mesmo sem estar no topo, o fato de ter sido lembrada entre tantas delícias do planeta já é motivo de orgulho pra gente!

As campeãs do sabor

O topo do ranking ficou com pratos de três países diferentes, mostrando a diversidade e criatividade que a comida de rua pode ter. Em primeiro lugar, veio a Karantika, da Argélia. Feita com farinha de grão-de-bico, água, óleo, pimenta, sal e ovos, a mistura vai ao forno e vira uma espécie de torta douradinha por fora e cremosa por dentro. É servida quentinha em barraquinhas e padarias, principalmente na cidade de Oran.

O segundo lugar ficou com o Guotie, um tipo de dumpling chinês muito famoso. O bolinho é recheado com carne de porco, repolho, gengibre, cebolinha e outros temperos. A técnica de preparo também é especial: primeiro se frita a base, depois se adiciona água para cozinhar no vapor. O resultado é uma delícia crocante e suculenta ao mesmo tempo.

Na terceira posição, a Indonésia marcou presença com o Siomay, um bolinho de peixe no vapor. Ele vem acompanhado de ovos, batatas, tofu e até melão amargo. Tudo é servido com um molho de amendoim bem temperado, molho de soja doce e suco de limão. Uma explosão de sabores!

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Coxinha brasileira representa no ranking

O Brasil apareceu na 62ª posição com a amada coxinha de São Paulo. O salgado, tão comum em padarias e lanchonetes, ganhou o coração dos avaliadores. A casquinha crocante e dourada por fora, com recheio macio e cremoso de frango desfiado por dentro, fez sucesso.

A coxinha representa bem o jeitinho brasileiro de transformar ingredientes simples em algo especial. É comida de festa, de lanche rápido, de infância. E agora, também é reconhecida mundialmente como uma das melhores comidas de rua!

Top 10 das melhores comidas de rua segundo o TasteAtlas

  • Karantika – Argélia
  • Guotie – China
  • Siomay – Indonésia
  • Quesabirria – México
  • Parotta – Índia
  • Kulcha de Amritsari – Índia
  • Ohn no khao swè – Mianmar
  • Tacos – México
  • Shawarma – Líbano
  • Bánh mì – Vietnã

TasteAtlas

A lista do TasteAtlas é mais do que um ranking. Ela mostra como a comida de rua é parte essencial da identidade dos povos. São pratos feitos com carinho, vendidos em barraquinhas, mercados ou pequenas lanchonetes, muitas vezes com receitas passadas de geração em geração.

O TasteAtlas é uma plataforma especializada em gastronomia mundial. O site reúne informações sobre comidas típicas, bebidas, ingredientes e pratos regionais, sempre com base nas experiências reais dos usuários.

Veja a lista completa das melhores comidas do mundo neste link.

Karantika, da Algeria - Foto: TesteAtlas

Karantika, da Algeria – Foto: TesteAtlas

Guotie, da China - Foto: TesteAtlas

Guotie, da China – Foto: TesteAtlas

Siomay, da Indonésia - Foto: TesteAtlas

Siomay, da Indonésia – Foto: TesteAtlas

Birria tacos (Quesabirria), do México - Foto: TesteAtlas

Birria tacos (Quesabirria), do México – Foto: TesteAtlas

Parotta, da Índia - Foto: TesteAtlas

Parotta, da Índia – Foto: TesteAtlas



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