POLÍTICA
Toffoli confirma grampo ilegal da Lava-Jato contra…
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Pedro Pupulim
O ministro Dias Toffoli, do STF, confirmou, em decisão desta quinta-feira, que autoridades policiais instalaram grampo ilegal na cela de Alberto Youssef, na carceragem da PF no Paraná, onde o doleiro esteve detido em 2014, na primeira fase da Lava Jato. A decisão decorre de um pedido feito pela defesa de Youssef em setembro de 2023, no qual os advogados pedem que o hoje senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), à época juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, seja investigado pela instalação do grampo. O sigilo do documento, no entanto, foi levantado pelo ministro nesta manhã.
Além da confirmação da instalação ilegal dos equipamentos, o ministro determinou o envio do pedido e dos documentos relacionados ao caso à PGR, AGU, CGU, TCU, ao Ministério da Justiça, à Diretoria da Polícia Federal e à Presidência do Congresso Nacional para que procedam com as providências que entenderem cabíveis.
Em sua decisão, Toffoli também observou que o MPF investigou cinco delegados e um agente da PF por terem supostamente feito parte da “operação” que instalou os equipamentos na cela do doleiro. O órgão, contudo, não teria encontrado indícios de crime por parte desses investigados e pediu o arquivamento do caso. O engavetamento foi deferido pelo juízo da Vara Federal, e não houve recurso dessa decisão.
Histórico
Como mostrou o Radar, a autorização para acessar os dados do processo que investiga a escuta clandestina foi concedida à defesa de Youssef em julho deste ano pelo juiz substituto da Justiça de Curitiba, Guilherme Roman Borges. A defesa do doleiro também informou que a mídia sempre esteve guardada na secretaria da Vara, e esse fato foi “estranhamente” omitido dos juízes que substituíram Moro, o que acabou por atrasar em mais de um ano o acesso aos áudios.
Mas, segundo Toffoli, a apuração administrativa da 13ª Vara Federal não deixa dúvidas de que a captação ambiental ilícita de diálogos de fato ocorreu, envolvendo Youssef e outras pessoas que interagiram com ele enquanto esteve na carceragem da PF em Curitiba. Para isso teriam sido usados equipamentos pertencentes ao patrimônio da União.
Em razão disso, o ministro determinou o envio da PET e dos documentos à Procuradoria-Geral da República (PGR), à Advocacia-Geral da União (AGU), à Controladoria-Geral da União (CGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU), ao Ministério da Justiça, à Diretoria da Polícia Federal e à Presidência do Congresso Nacional. Caberá a essas autoridades e instituições tomar as providências que entenderem cabíveis.
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Acordo judicial não atrapalha realização de 2º edição do CNU
Matheus Leitão
Nada foi pior para a democracia brasileira nos últimos anos do que os arroubos autoritários e golpistas de Jair Bolsonaro. No entanto, isso não significa que é preciso fazer vistas grossas ou aplaudir a avacalhação promovida por setores da gestão petista no governo federal.
O Concurso Nacional Unificado (CNU), maior concurso do Brasil, é uma prova disso.
Historicamente, concursos públicos no Brasil têm como premissa básica o cumprimento rigoroso de normas. Preencher corretamente o gabarito é uma dessas regras simples, mas cruciais. No entanto, o governo federal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), optou por desconsiderar essa exigência.
Um acordo anunciado na manhã desta quinta-feira, 21, permite que candidatos que não identificaram o tipo de prova no cartão-resposta sejam beneficiados.
Essa decisão, impulsionada por uma ação do Ministério Público Federal (MPF), cria um beneficio para candidatos desatentos. Quem deixou de seguir uma orientação básica do edital agora se junta aos aprovados, desvalorizando o esforço de quem seguiu as regras. E quem foi desatento nos inúmeros concursos e vestibulares ao longo das décadas, poderá pedir uma revisão agora que as instituições brasileiras mudaram de entendimento?
Ao flexibilizar exigências elementares, o maior concurso do país deixa de ser exemplo de organização e mérito. Em vez disso, o CNU se torna um símbolo da insegurança normativa e também emite um alerta para o descompasso entre a necessidade de eficiência no serviço público e a gestão confusa de processos fundamentais.
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Investigadores avaliam que delação de Mauro Cid es…
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21 de novembro de 2024 Matheus Leitão
O tenente-coronel Mauro Cid viverá o dia D de sua trajetória como delator nesta quinta, 19, quando será ouvido sobre omissões em relação ao novo plano golpista do bolsonarismo, incluindo a trama homicida que buscava assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo investigadores do caso, uma questão que pesa é o envolvimento do general Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro e vice na chapa derrotada justamente por Lula e Alckmin nas eleições de 2022.
Na avaliação desses policiais ouvidos pela coluna, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro precisa esclarecer porque não informou detalhes da violência planejada contra Lula, Alckmin e Moraes e qual o real conhecimento do caso por Braga Netto, já que a casa do general foi usada na trama.
Mauro Cid é visto hoje por investigadores como um delator que omitiu informações, nomes e fatos em sua delação premiada. Se isso se confirmar no depoimento de logo mais, o ex-ajudantes de ordens perderá os benefícios da colaboração.
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Diretor de pesquisas de Trump participa de seminár…
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21 de novembro de 2024Nicholas Shores
O estrategista político Alexander Tarascio, do instituto de pesquisas eleitorais Cygnal, que trabalhou para a campanha vitoriosa de Donald Trump nos Estados Unidos, é uma das atrações de evento do Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), na próxima semana, em São Paulo.
Também estão confirmados no “2º Seminário do CAMP: Estratégia, Comunicação e Democracia” Mark McKinnon, que foi estrategista de George W. Bush e John McCain, e Jess O’Connell, conselheira sênior das campanhas presidenciais de Hillary Clinton e Pete Buttigieg.
O evento está marcado para 26 e 27 de novembro, no auditório da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), na Vila Mariana, na zona centro-sul da capital paulista. Vai reunir vários dos principais marqueteiros do país.
Entre os temas de destaque estão novas propostas para normas da Justiça Eleitoral e o papel dos meios de comunicação e do marketing político no fortalecimento da democracia.
Além da ESPM, o evento contará com o apoio da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) e de agências de comunicação.
Para Bruno Hoffmann, presidente do CAMP, a importância do encontro, especialmente no período pós-eleitoral, é estimular o debate sobre o mercado.
“O principal ponto da agenda não é discutir cases, mas refletir sobre a relevância do mercado, debater caminhos e oportunidades para desmistificar nossa atividade. Um trabalho contínuo de estímulo à profissionalização do setor e de relacionamento para estar cada vez mais próximo das instituições democráticas, em especial da Justiça Eleitoral e do Congresso Nacional”, afirmou.
Hoffmann acredita que, ao participar do processo de decisão e regulamentação, os profissionais podem contribuir para o fortalecimento da democracia.
“Conseguimos trazer nosso olhar para que as normas estejam coerentes e justas, não apenas para nosso trabalho, mas, também, para o fortalecimento da democracia. Nossa expectativa é criar um debate enriquecedor, discutindo que tipos de regras poderiam ser modificadas, sob a ótica da comunicação”, disse.
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