NOSSAS REDES

MUNDO

Tributaristas: imposto mínimo é positivo, mas tem risco – 16/10/2024 – Que imposto é esse

PUBLICADO

em

Tributaristas: imposto mínimo é positivo, mas tem risco - 16/10/2024 - Que imposto é esse

Eduardo Cucolo

A proposta do governo de instituir no Brasil o imposto mínimo global sobre multinacionais é vista como positiva por especialistas na área tributária. Eles apontam, no entanto, a necessidade de outras mudanças nas regras brasileiras para garantir uma tributação mais equânime entre grandes empresas nacionais e estrangeiras.

O governo publicou uma medida provisória que institui no Brasil a tributação mínima de 15% prevista no acordo fechado entre mais de 140 países no âmbito do GloBE (regras globais anti-erosão da base tributária, na sigla em inglês), da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), dentro do chamado Pilar 2, a partir de 2025.

A medida atinge um grupo restrito de grandes empresas que, se não pagarem esse mínimo no Brasil por meio de um adicional da CSLL (contribuição sobre o lucro), serão tributadas no exterior.

Renato Coelho, sócio do escritório Stocche Forbes Advogados, afirma que a regra de tributação de lucros no exterior de multinacionais brasileiras, a TBU (Tributação em Bases Universais), é atípica e está dissociada do modelo da OCDE, mas o governo optou por não resolver essa questão no momento.

“Embora o Brasil esteja simplesmente se alinhando com o padrão internacional, até para não começar a perder receita para outro país, [essa mudança] deveria conversar com outra regra de tributação internacional super distorcida que nós temos”, afirma o advogado.

“Para o grupo multinacional que investe no Brasil, a regra do Pilar 2 garante que ele vai ter uma tributação mínima efetiva de 15%. A multinacional brasileira que investe no exterior está sujeita à regra de TBU e vai ser tributada a 34% indiscriminadamente.”

Gustavo Carmona, sócio líder de tributação internacional da EY, também afirma que a TBU precisaria ser modernizada, pois não há garantia de que a tributação feita sob essa regra seja reconhecida pelos demais países de forma a afastar o imposto mínimo em outras jurisdições.

Ele afirma que a regra americana (CFC) só alcança as rendas das filiais de suas empresas no exterior em algumas situações, como paraíso fiscal e ativos não produtivos, por exemplo, enquanto o Brasil faz a cobrança dos 34% sobre todo o lucro contábil.

“A TBU precisaria ser modernizada, ser uma regra CFC que, inclusive, esteja alinhada com as regras do GloBE [da OCDE] e, portanto, evite uma dupla tributação.”

Em relatório sobre a medida provisória, o sócio da PwC Brasil Romero Tavares afirma que o Brasil já impõe uma sobrecarga sobre lucros auferidos no exterior por suas multinacionais, com uma regra fora do padrão OCDE, e agora sobrecarrega também seus lucros auferidos no Brasil com a nova tributação mínima, dentro das regras da mesma organização.

BENEFÍCIOS FISCAIS

Os especialistas destacam ainda a necessidade de ajuste em alguns benefícios fiscais regionais às regras internacionais, como os regimes nas áreas da Zona Franca de Manaus, Sudam (Amazônia) e Sudene (Nordeste).

Carmona, da EY, afirma que o imposto mínimo global tem como objetivo neutralizar planejamentos com objetivo de reduzir a tributação dessas multinacionais, mas sem anular incentivos locais focados na melhoria do ambiente econômico, especialmente na questão dos benefícios para investimentos em países em desenvolvimento.

Por isso, a MP traz uma regra que permite à empresa abater do lucro tributável pelo imposto mínimo o valor da sua folha de pagamento e de ativos tangíveis, duas formas de mostrar que há de fato investimentos no país.

A norma também prevê mudanças em alguns desses benefícios, que passariam de isenções para créditos a serem recuperados após o pagamento dos tributos, seguindo as regras da OCDE.

“Ainda que não tivesse o adicional da CSLL, o governo já deveria pensar em o que fazer com o Sudam, Sudene e vários outros benefícios, porque senão eles ficam neutralizados pela adoção do Pilar 2 lá fora”, afirma Carmona.

Essa mudança, no entanto, prejudica empresas que têm sua tributação reduzida por esse incentivos para patamares acima dos 15% e que não são afetadas pela tributação mínima. Por isso, perdas e ganhos vão depender da situação específica de cada contribuinte.

“A grande discussão internacional e brasileira é como se determina uma alíquota efetiva”, afirma Renato Coelho, do Stocche Forbes. “Podem existir diversos estímulos fiscais, como [a redução do Imposto de Renda para as áreas da] Sudam e Sudene, depreciação acelerada, amortização de ágio, dedutibilidade em dobro de determinadas despesas etc, que são políticas estratégicas do país e vão influenciar a alíquota efetiva, mas não com o objetivo trazer o investidor para um paraíso fiscal.”


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.



Leia Mais: Folha

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

Adoramos: FOTES FILES PARA A SEMANA PRINCIPAIS – Nas fotos | Moda

PUBLICADO

em

Adoramos: FOTES FILES PARA A SEMANA PRINCIPAIS - Nas fotos | Moda

Jo Jones and Helen Seamons

Hades trabalhou com a caridade do Reino Unido, Mulheres na prisãoAssim, Para administrar um workshop na HMP Styal, Cheshire e colaborar em uma série limitada de cobertores decorados com um poema escrito por um dos participantes do workshop. Os lucros dos cobertores irão para a instituição de caridade, que apóia as mulheres afetadas pelo sistema de justiça criminal. £ 240, hades-shop.co.uk



Leia Mais: The Guardian

Continue lendo

MUNDO

“Em Bruxelas, a simplificação anunciada poderia realmente levar à desregulamentação maciça”

PUBLICADO

em

"Em Bruxelas, a simplificação anunciada poderia realmente levar à desregulamentação maciça"

L“Omnibus”, que evoca o pequeno trem de viajantes simpáticos que serve todas as estações de uma longa jornada tem outro significado na lei européia. A Comissão Europeia o usa para levar muitos textos no “trem” da simplificação regulatória. O veículo não é novo: já foi usado várias vezes nos últimos anos, no direito do consumidor, direito rural ou direito financeiro, para agrupar em uma única modificações de texto relacionadas a várias diretrizes ou regulamentos. Agora é bom modificar os outros, em particular a respeito da responsabilidade social e ambiental das empresas e da regulamentação financeira. A operação, cuja iniciativa escapa em grande parte do debate democrático, não é isento de perigo. A simplificação anunciada pode realmente levar à desregulamentação maciça, o que enfraquecerá a Europa nos níveis ecológicos e financeiros.

Três pacotes omnibus são anunciados no programa de trabalho Publicado pela Comissão Europeia em 11 de fevereiro. O primeiro diz respeito à estrutura de firmeza das empresas, a segunda pretende facilitar o investimento e o terceiro visa adaptar os requisitos aplicados a empresas pequenas e médias. Eles certamente não terão a lendária lentidão do trem Omnibus, já que os dois primeiros estão programados para o primeiro trimestre de 2025 e o terceiro no trimestre seguinte. Então deve ir rápido, mas para onde? Em seis meses de trabalho, pode cair seis anos de negociações!

Entre outras iniciativas de vários horizontes (redes de empresas e investidores, ONGs, institucionais etc.), mais de 240 pesquisadores, economistas e outros, assinaram um carta aberta Publicado por Euractiv, em 5 de fevereiro, para alertar o perigo do primeiro omnibus. Isso diz respeito à estrutura de firmeza para as empresas e as reivindicações de simplificar três textos -chave: a diretiva CSRD, que obriga as empresas a fornecer informações essenciais sobre o impacto ambiental e social de suas atividades e sua exposição às mudanças climáticas; A diretiva CS3D, que define o dever da vigilância das empresas em termos de direitos humanos e proteção ambiental; E a taxonomia que fornece um sistema de primeira classificação para atividades sustentáveis ​​para orientar o financiamento e o investimento. Os signatários acreditam que o “Simplificação” está em processo de servir como pretexto para revisar para baixo o nível de ambição dos textos direcionados, enquanto as empresas européias precisam controlar sua transição.

Você tem 55,52% deste artigo para ler. O restante é reservado para assinantes.



Leia Mais: Le Monde

Continue lendo

MUNDO

Gonorréia e sífilis atingiram o recorde alto – DW – 12/02/2025

PUBLICADO

em

Gonorréia e sífilis atingiram o recorde alto - DW - 12/02/2025

O que você precisa saber

  • As infecções por gonorréia relatadas em toda a Europa estão em um nível mais alto de todos os tempos, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC)
  • O uso de preservativos está em declínio, facilitando a espalhamento de infecções sexualmente transmissíveis (DSTs)

Infecções sexualmente transmissíveis Continue a aumentar nas nações europeias, de acordo com dados anuais divulgados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças.

O lançamento mais recente, publicado na segunda -feira, abrange dados de 2023. Ele mostra taxas de infecções bacterianas, como gonorréia e sífilis, subiram novamente em toda a União Europeia e Área Econômica Europeia (UE/EEE).

Quase 100.000 novos casos de gonorréia foram relatados – uma alta recorde – acima de 74.000 em 2022. É mais de quatro vezes o número de casos anuais relatados 10 anos antes.

Gonorréia Os casos foram mais altos entre as mulheres de 20 a 24 anos e homens de 25 a 34 anos. Os casos entre homens que fazem sexo com homens (MSM) representam mais da metade de todas as infecções.

Taxas de sífilis Também aumentou – um aumento de 13% em 2022 níveis – para mais de 40.000 casos relatados. Cerca de metade foram relatadas como casos de MSM.

Chlamídia continua sendo a IST mais frequentemente relatada na Europa. Com prevalência particularmente alta em mulheres e homens de 20 a 24 anos (577 casos em cada 100.000).

Não se trata de sexo, mas como você está tendo

Especialistas estão preocupados. Mas eles também sabem que há uma explicação simples.

“As pessoas estão fazendo sexo”, disse Maria Wessman, chefe de seção de infecções transmitidas por sangue e sexualmente transmissível no STATENS Soro Institut, na Dinamarca, à DW. Wessman não estava envolvido na compilação dos dados do ECDC.

A sua declaração é prática e óbvia também. Mas o argumento de Wessman é sobre como As pessoas estão fazendo sexo.

Wessman, e outros especialistas com os quais a DW falaram, disseram que uma redução no uso de preservativos é o provável fator de DSTs bacterianas na Europa, especialmente entre os jovens.

Em um 2024 Relatório da Organização Mundial da Saúdeum em cada cinco meninos e um em cada sete meninas de 15 anos relataram ser sexualmente ativos. No total, 30% deles relataram não usar contracepção.

“Algo mudou no uso de preservativos, ou as pessoas têm mais parceiros, talvez diferentes tipos de parceiros ou mais parceiros ao mesmo tempo”, disse à DW Lina Nerlander, a principal especialista do ECDC em DSTs.

Mas também pode ser devido a melhorias contínuas nos testes e vigilância – ou seja, o monitoramento e o relatório da doença são melhores e, portanto, mais casos estão sendo identificados.

Homens que fazem sexo com homens explicam a maioria dos casos bacterianos de IST. Mas, ao mesmo tempo, o MSM tem sido o mais provável que as pessoas sejam testadas regularmente as DSTs e procuram tratamento.

“Homens que fazem sexo com homens, quando são tratados com medicamentos para o HIV (para prevenir a infecção), eles precisam fazer uma verificação da STI a cada três meses”, disse Wessman.

“Mas acho que jovens homens e mulheres heterossexuais estão melhorando em ser testado. Há mais consciência sobre as DSTs, eu acho, mais do que apenas alguns anos atrás”, disse ela.

Possíveis mudanças genéticas que impulsionam as taxas de gonorréia

Gonorréia, sífilis e clamídia são todos causados ​​por infecções bacterianas e são, principalmente, transmitidos por sexo vaginal, oral e anal desprotegido.

Mas enquanto as taxas de gonorréia e sífilis estão aumentando, as taxas de clamídia parecem estar a caminho. Os cientistas não podem explicar essas tendências contrastantes, uma vez que são transmitidas da mesma forma.

“Precisamos de mais análises para ver se podemos encontrar uma explicação por que esse declínio (clamídia) está acontecendo de repente”, disse Wessman.

O sequenciamento de genoma inteiro está sendo usado em toda a Europa para identificar mudanças genéticas nas espécies bacterianas e saber quais podem estar impulsionando as tendências.

“Temos uma grande amostra de cepas de gonorréia de toda a UE, e estamos fazendo sequenciamento genético sobre aqueles para ver quais cepas estão se espalhando em quais populações? Mas não há respostas claras hoje”, disse Nerlander.

A compreensão detalhada dos comportamentos sexuais também pode ajudar a identificar se certos tipos de sexo facilitam a transmissão do STI – mas a UE ainda não possui esse tipo de informação disponível.

DST: uma epidemia silenciosa e perigosa

Para visualizar este vídeo, ative JavaScript e considere atualizar para um navegador da web que Suporta o vídeo HTML5

Necessário: mais conversa (e ação) sobre sexo seguro

Os especialistas DW falaram com que as pessoas sexualmente ativas devem continuar a usar preservativos para impedir a propagação de DSTs na Europa. Mas eles também disseram que precisa uma conversa mais aberta sobre sexo e um esforço para destigmatizar as DSTs.

Mojca Matičič, que lidera um serviço ambulatorial de STI no Centro Médico da Universidade Ljubljana, Eslovênia, disse que o comportamento sexual de risco pode estar impulsionando um aumento nas infecções e que “os profissionais de saúde, bem como os formuladores de políticas, precisam estar cientes disso. “

Estigmatização Dessas doenças é uma das razões mais importantes (as pessoas não) vão a um médico, não procure ajuda. Então, é claro, precisamos mudar o comportamento sexual “.

Matičič não quer mudar comportamentos para impedir que as pessoas façam sexo, mas para torná -lo mais seguro. Ela aponta para os aplicativos de “sexo químico” e datados de celular como criação de ambientes que facilitam a ocorrência de encontros casuais e também aumentam o risco de transmissão de STI.

Como é o sexo seguro na Europa hoje?

Matičič disse que o sexo seguro é definido como ocorrendo entre dois parceiros permanentes, não infectados e monogâmicos sem o uso de um preservativo.

Em todos os outros casos, os parceiros devem usar um preservativo para sexo seguro, disse ela.

Todos os especialistas DW falaram para enfatizar a importância de fazer um teste de DST após sexo desprotegido com um novo parceiro.

“Se você vai fazer sexo com um novo parceiro sem preservativo, é uma boa ideia fazer o teste antes”, disse Nerlander.

“Mas se você não conseguir fazer o teste antes, faça o teste depois de fazer sexo desprotegido”, disse Nerlander. E, especialmente, seja testado se você tiver algum sintoma, como dor quando faz xixi, descarregar, erupção cutânea ao redor dos órgãos genitais e/ou boca.

Editado por: Zulfikar Abbany

Fontes:

Gonorréia – Relatório Epidemiológico Anual para 2023, ECDC, 10 de fevereiro de 2025 https://www.ecdc.europa.eu/en/publications-data/gonorrhoea-anual-epidemiological-report-2023

Chlamidyia – Relatório Epidemiológico Anual para 2023, ECDC, 10 de fevereiro de 2025 https://www.ecdc.europa.eu/en/publications-data/chlamydia-anual-epidemiological-report-2023

Sífilis – Relatório Epidemiológico Anual para 2023, ECDC, 10 de fevereiro de 2025 https://www.ecdc.europa.eu/en/publications-data/syphilis-anual-epidemiological-report-2023

Sífilis congênita – Relatório Epidemiológico Anual para 2023, ECDC, 10 de fevereiro de 2025 https://www.ecdc.europa.eu/en/publications-data/congenital-syphilis-anual-epidemiological-report-2023



Leia Mais: Dw

Continue lendo

MAIS LIDAS