O União Europeia (UE) no sábado disse que havia decidido destituir seu embaixador em Níger para consultas em Bruxelas.
A medida surge depois de a junta militar do Níger ter questionado a gestão pela UE da ajuda humanitária prestada às pessoas afetadas por graves inundações.
“A União Europeia manifesta o seu profundo desacordo com as alegações e justificações apresentadas pelas autoridades de transição”, afirmou o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) num comunicado.
“Consequentemente, a UE decidiu retirar o seu embaixador de Niamey para consultas em Bruxelas”, afirmou o SEAE.
Junta do Níger questiona distribuição de ajuda às inundações
Na sexta-feira, a liderança militar do Níger divulgou um comunicado no qual acusava o enviado da UE, Salvador Pinto da Franca, de dividir um fundo de 1,3 milhões de euros (1,35 milhões de dólares) entre várias ONG internacionais, no que considerou ser uma forma não transparente e sem consultar Liderança do Níger.
Solicitou uma auditoria à forma como os fundos foram geridos. As chuvas torrenciais no Níger deixaram centenas de mortos e deslocaram mais de um milhão de pessoas, segundo a mídia estatal.
O Estado da África Ocidental é há muito considerado um parceiro confiável da Europa e dos EUA na luta contra o terrorismo. Contudo, no ano passado o país foi assumido por uma junta militar que chegaram ao poder através de um golpe de Estado, um dos vários ocorridos na região no passado recente.
Como outros vizinhos Países do Sahel agora liderados por juntasos líderes do Níger também recorreram à Rússia em busca de assistência no que foi vendido como um desmantelamento das cadeias imperialistas de cooperação com as nações ocidentais.
Em Agosto, a Alemanha retirou oficialmente os seus últimos soldados do Níger, encerrando uma missão de oito anos.
Ao todo, cerca de 3.200 soldados alemães serviram na região durante o destacamento.
kb/lo (Reuters, AFP)