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Uma a cada 3 famílias diz que filhos não aprendem o esperado na escola
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Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil
Pais, mães e responsáveis estão preocupados com a permanência e com o aprendizado dos filhos na escola. Pelo menos um a cada três responsáveis acredita que os filhos não estão aprendendo o esperado para a idade. Diante dessa situação, 91% acreditam que é preciso fortalecer o ensino de matemática e mais de 80% apoiam a ampliação de atividades artísticas, esportivas e culturais, além da inclusão de temas sobre diversidade étnico-racial.
As informações fazem parte da pesquisa Opinião das Famílias: Percepções e Contribuições para a Educação Municipal, realizada pelo Instituto Datafolha com 4.969 pais e/ou responsáveis por crianças e adolescentes de 6 a 18 anos que estudam em escolas públicas de redes municipais de ensino. A pesquisa foi encomendada pela Fundação Itaú e pelo Todos Pela Educação.
“Acho que esses dados mostram um cenário, de fato, de preocupação. Os pais desses estudantes veem que existem diversos desafios olhando para o contexto da escola, que têm estudantes que estão abandonando, que esses estudantes não estão muito motivados para ir para a escola, que eles não estão aprendendo”, diz a coordenadora de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Natália Fregonesi.
Para ela, isso é uma sinalização importante para os governantes: “É uma percepção da sociedade de que a educação precisa melhorar. Então, acho que é uma sinalização muito importante para os governadores, para os prefeitos, para todos os governantes, de que é preciso investir e dar prioridade política para a educação”, diz.
A pesquisa mostra uma preocupação com a permanência escolar: metade (51%) dos responsáveis concordam que “muitos estudantes estão abandonando a escola”. Entre as famílias com menor rendimento, de até um salário mínimo, esse percentual é maior, 53%. Entre aquelas com maior rendimento, de mais de cinco salários mínimos, esse percentual cai para 37%.
Considerando apenas os responsáveis por estudantes dos anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, o abandono escolar é uma preocupação mencionada pela maioria (57%) das famílias dos estudantes.
A qualidade da aprendizagem também é preocupação dos pais. Entre os responsáveis por estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, 36% não acreditam que seus filhos estão adquirindo o conhecimento esperado para a idade. Já nos anos finais, essa porcentagem é ainda maior, 41%.
Mais aulas
Os responsáveis acreditam que os estudantes precisam de mais reforço nas escolas. Nove em cada dez (91%) acreditam que é imprescindível fortalecer o ensino de matemática nos currículos escolares. Além disso, mais de 80% apoiam a ampliação de atividades artísticas, esportivas e culturais, além da inclusão de temas sobre diversidade étnico-racial.
“Esse ponto de melhoria do ensino da matemática é um ponto que apareceu muito forte na pesquisa. Acho que é algo bastante perceptível para os pais que acompanham esses estudantes em casa, que veem as dificuldades. É um ponto que de fato precisa ser priorizado e isso está na percepção dos pais, mas está também nos resultados educacionais. Então, quando a gente olha para os índices educacionais do Brasil, a gente vê que existe uma lacuna muito grande, especialmente em matemática, em que o país não consegue avançar”, diz Fregonesi.
Essa lacuna ficou evidente em pesquisa internacional divulgada recentemente que mostrou que mais da metade dos estudantes brasileiros do ensino fundamental não domina conhecimentos básicos de matemática. De acordo com os resultados do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss), divulgado este mês, esses estudantes estão abaixo do nível considerado baixo.
Isso significa, por exemplo, que a maior parte dos estudantes do Brasil do 4º ano do ensino fundamental não foi capaz de resolver questões de soma de números em matemática ou mesmo, em ciências, identificar que plantas precisam de luz para sobreviver.
Escolas em tempo integral
Quando perguntados sobre a ação prioritária para as próximas gestões municipais na educação, a expansão do número de escolas em tempo integral aparece em primeiro lugar, apontada por 30% dos entrevistados.
“Nas escolas de tempo integral, para além das atividades curriculares que já tem na escola regular, se abre uma possibilidade de oferecer outras atividades e outras disciplinas para esses estudantes. Então, é possível ter mais momentos, por exemplo, de reforço de matemática, é possível ter mais momentos de aulas voltadas para habilidades artísticas”, diz a coordenadora.
Em 2023, o governo federal lançou o Programa educação em tempo integral. O programa prevê o aumento das vagas em tempo integral, ou seja, com uma jornada igual ou superior a 7 horas diárias ou 35 horas semanais. Para isso, a União irá repassar recursos e oferecer assistência técnica a estados, municípios e Distrito Federal. A meta é alcançar, até 2026, cerca de 3,2 milhões de matrículas.
Outras prioridades elencadas para os novos gestores incluem a necessidade de aprimorar a infraestrutura escolar (20%) e as condições de trabalho dos professores (17%), bem como realizar investimentos na alfabetização dos estudantes (17%).
As melhorias de infraestrutura são demandas mais presentes principalmente entre famílias das regiões Norte (23%) e Nordeste (26%). Na região Sudeste, apenas 12% consideram esse tipo de melhoria como prioritária.
Valorização dos professores
A pesquisa mostra também que as famílias reconhecem que os professores são o elemento mais importante para a garantia da aprendizagem de crianças e adolescentes. Os resultados mostram que 70% dos pais e responsáveis relataram que os filhos se sentem acolhidos pelos professores. Além disso, itens como maior acompanhamento do desenvolvimento dos alunos e melhor formação e qualificação dos docentes receberam 86% de concordância entre os entrevistados como centrais para a melhoria da aprendizagem dos estudantes.
“Isso é muito interessante para mostrar o quanto que os professores, de fato, são reconhecidos como tendo essa importância na vida dos estudantes”, diz Fregonesi. “É mais um sinal para os nossos governantes de que, de fato, esses são os profissionais mais importantes para garantir a aprendizagem dos estudantes. Então, é preciso investir nesses profissionais, dar boas condições de trabalho, valorização, garantir sua formação, sua qualificação”, defende.
A pesquisa foi realizada entre julho e agosto de 2024. Foram feitas tanto entrevistas pessoais com abordagem dos entrevistados em pontos de fluxo populacional, distribuídos geograficamente nas áreas pesquisadas, nas cinco regiões do país, quanto abordagens telefônica a partir de sorteio aleatório de números de telefones celulares distribuídos de acordo com o código DDD.
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Fuga de 16 presos na Bahia teve ataque com fuzis
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13 de dezembro de 2024 Luiz Claudio Ferreira – Repórter da Agência Brasil *
As forças policiais na Bahia buscam recapturar os 16 presos que fugiram no final da noite de quinta-feira (12), por volta das 23h, do complexo penal de Eunápolis, a 650 quilômetros ao sul de Salvador. Os detentos conseguiram sair do presídio depois de um ataque de um grupo de criminosos que portavam armas de grosso calibre, inclusive fuzis. As informações são da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap).
Segundo o governo do estado, os homens, após ingressar na área do presídio, conseguiram abrir duas celas. O complexo em Eunápolis funciona em regime de cogestão do estado com a empresa privada Reviver. Foram os funcionários da empresa que acionaram a Polícia Civil.
“A Seap está trabalhando com a polícia civil para fornecer as informações necessárias à investigação e apurar todas as circunstâncias da fuga”, informou o governo.
O presídio tem 269 presos, sendo 237 em regime fechado.
A Secretaria da Segurança Pública informou, em nota, que as forças policiais atuam de forma integrada e que as circunstâncias da fuga serão investigadas pela Polícia Civil.
Aparato de guerra
Em entrevista à Agência Brasil por telefone, o presidente da Reviver, Odair Conceição, disse que o ataque contra o complexo penal teve características inéditas pela violência como ocorreu. “É algo inédito na Bahia. Não se tem notícia de uma fuga orquestrada com o tamanho aparato de guerra”.
Não houve feridos, mas o presidente da empresa avalia que há um “dano terrível” com a fuga dos internos e o consequente perigo para a sociedade. “Com toda certeza, em breve, eles voltarão para a prisão de onde fugiram”, acredita.
Odair Nascimento explica que a área do complexo penal é restrita e com proteção. “Mas, em função do aparato balístico que eles tinham, eles saíram abrindo caminho com tiros em série. Houve naturalmente limitação do poder de resposta”, disse.
O presidente da empresa garante que havia, ao menos, 40 funcionários no momento do ataque, e que todos eles passam por treinamentos para situações como essa.
“Eles recebem um treinamento para enfrentar esse tipo de crise. Há um trabalho conjunto no modelo da cogestão. Naturalmente que o fato deixa as pessoas apreensivas”. Ele acrescentou que a segurança pública fez um reforço na unidade com a alocação de mais policiais.
Cogestão
Odair Nascimento disse que o modelo de cogestão da empresa privada com a estrutura do estado da Bahia tem uma distinção entre as atividades que cada parte é responsável. O poder público cuida da execução penal, segurança, escolta e classificação de presos, além de controle da unidade. Já a empresa privada trata de atividades como as assistências material, social, jurídica e de saúde.
“Nós fazemos a assistência ao interno prevista na Lei de Execução Penal. Esse trabalho é desempenhado por uma equipe multidisciplinar. Em uma unidade dessa, há mais de 30 funções desempenhadas”, explica.
Entre essas atividades, está o monitor de ressocialização, que é o profissional que faz o acompanhamento de deslocamento dos internos. O monitor leva, por exemplo, o detento para o banho de sol, para receber visitas, como a de familiares e advogados e para desenvolver as atividades de ressocialização que são tratadas dentro da unidade.
* Colaborou Ana Carolina Alli, estagiária sob supervisão de Marcelo Brandão
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Ex-informante do FBI concorda em se declarar culpado de mentir sobre os laços de Biden com a Ucrânia | Joe Biden
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13 de dezembro de 2024 Associated Press
Um ex-informante do FBI acusado de alegar falsamente que Joe Biden e o filho do presidente, Hunter, que aceitou subornos, concordou em se declarar culpado de acusações federais, de acordo com documentos judiciais.
Como parte do acordo judicial com o procurador especial do Departamento de Justiça, David Weiss, Alexander Smirnov admitirá que inventou a história que se tornou central para um Republicano inquérito de impeachment no Congresso.
O acordo de confissão ocorre poucas semanas depois de os promotores apresentarem novas acusações de evasão fiscal contra Smirnov. Os dois lados recomendarão uma pena de pelo menos dois anos de prisão e não mais de seis anos, segundo o acordo.
David Chesnoff e Richard Schonfeld, advogados de Smirnov, disseram que defenderão uma sentença justa no tribunal e se recusaram a comentar mais.
Smirnov foi preso em fevereiro, sob alegações de que ele relatou falsamente ao FBI em junho de 2020 que executivos associados à empresa de energia ucraniana Burisma pagaram a Hunter Biden e Joe Biden US$ 5 milhões cada em 2015 ou 2016. Smirnov disse a seu assessor que um executivo alegou ter contratado Hunter Biden para “nos proteger, através de seu pai, de todo tipo de problemas”, segundo documentos judiciais.
Os promotores disseram que Smirnov teve contato com executivos do Burisma, mas foi rotineiro e realmente ocorreu em 2017, depois que a presidência de Barack Obama e Biden, seu vice-presidente, deixaram o cargo – quando Biden não teria capacidade de influenciar a política dos EUA. Os promotores disseram que ele fez as acusações de suborno depois de “expressar preconceito” contra Biden enquanto ele era candidato à presidência em 2020.
Ele repetiu algumas das falsas alegações quando foi entrevistado por agentes do FBI em setembro de 2023 e mudou sua história sobre outras e “promoveu uma nova narrativa falsa depois de dizer que se encontrou com autoridades russas”, disseram os promotores.
Smirnov concordou em se declarar culpado de acusações de evasão fiscal e de causar uma falsa FBI registro, de acordo com documentos judiciais.
Smirnov está sendo processado pelo mesmo advogado especial que apresentou acusações federais sobre armas e impostos contra Caçador Biden. Hunter deveria ser condenado este mês por suas condenações nesses casos, até ser perdoado por seu pai.
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‘Inconveniente’: Trump pretende acabar com o horário de verão ‘caro’ nos EUA | Notícias de Donald Trump
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13 de dezembro de 2024Presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump anunciou que se esforçará para acabar com o horário de verão, a prática de adiantar os relógios durante o verão para aproveitar as horas diurnas mais longas.
Em um postagem nas redes sociais na sexta-feira, Trump disse que o conservador Partido Republicano “faria seus melhores esforços” para acabar com a prática, que ele criticou como ineficiente.
“O Partido Republicano envidará todos os seus esforços para eliminar o horário de verão, que tem um eleitorado pequeno, mas forte, mas não deveria!” ele escreveu. “O horário de verão é inconveniente e muito caro para a nossa nação.”
Trump deverá tomar posse em 20 de janeiro, e sua próxima administração inclui vários membros que se opõem veementemente ao horário de verão.
O senador Marco Rubio, da Flórida, por exemplo, fez vários esforços no Congresso para acabar com a prática de mudança de relógio, incluindo um recentemente como este ano. Em 2022, seu projeto de lei, a Lei de Proteção ao Sol, foi aprovado no Senado antes de finalmente não conseguir ganhar força na Câmara dos Representantes.
Rubio, que foi escolhido para servir como secretário de Estado de Trump, classificou o horário de verão como uma “prática estúpida”.
Enquanto isso, dois aliados próximos de Trump – os empresários Elon Musk e Vivek Ramaswamy – ponderaram abertamente a proibição do horário de verão na plataforma de mídia social X no início deste ano.
Respondendo à reclamação de um usuário sobre o horário de verão em novembro, Musk escreveu“Parece que as pessoas querem abolir as irritantes mudanças de horário!” Ramaswamy rapidamente entrou na conversa: “É ineficiente (e) fácil de mudar.”
Sob Trump, os dois empresários foram encarregados de liderar um grupo ainda a ser estabelecido, organismo não governamental chamado Departamento de Eficiência Governamental, que fornecerá conselhos sobre como simplificar as regulamentações, gastos e burocracia federais.
Mas os esforços anteriores para eliminar o horário de verão fracassaram.
A prática foi instituída pela primeira vez nos EUA em 1918, como forma de preservar energia durante a Primeira Guerra Mundial. A lei que obrigava o horário de verão foi posteriormente revogada em 1919, logo após o fim da guerra.
Mas em 1942, após o início da Segunda Guerra Mundial, a prática ressurgiu “para promover a segurança e a defesa nacionais”.
Desde então, os méritos do horário de verão têm sido debatidos consistentemente na política dos EUA, em ambos os lados do corredor.
Alguns argumentam que a prática de alternar os relógios afeta negativamente os padrões de sono humanos, resultando em riscos aumentados de problemas de saúde, como ataques cardíacos. Mas um 2024 estudar da Clínica Mayo diz que a ameaça à saúde cardíaca é “provavelmente mínima”.
Hoje em dia, a maioria dos americanos atrasa o relógio uma hora no início de novembro e avança uma hora em meados de março.
O que é conhecido como “horário de verão”, portanto, vai de março a novembro, durante os meses mais quentes do verão nos EUA. O “horário padrão”, por outro lado, ocorre durante o inverno, de novembro a março.
Apenas dois estados optam por não aderir a esta prática: Arizona e Havaí.
Ainda assim, muitos americanos apoiam que não seja mais necessário mudar os prazos duas vezes por ano. Mais do que 60 por cento das pessoas afirmam que gostariam de ver a mudança dos relógios eliminada, de acordo com um inquérito de 2023 realizado pela empresa de investigação YouGov.
Cerca de 50 por cento das pessoas apoiam que o horário de verão – e os amanheceres e entardeceres posteriores que o acompanham – sejam permanentes. Cerca de 32 por cento, por outro lado, apoiam que o horário padrão, que acompanha o nascer e o pôr do sol mais cedo, seja permanente.
A maioria dos países não têm essa prática, e algumas associações médicas disseram que tornar o horário padrão permanente se alinharia mais estreitamente com o ciclo natural do sol e com as necessidades de sono das pessoas.
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