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Uma Copa do Mundo na Arábia Saudita não surpreende, mas preocupa – 13/12/2024 – Marina Izidro
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Não foi surpresa para ninguém. A confirmação de que a Arábia Saudita, candidata única, vai sediar a Copa do Mundo de 2034 já era esperada; foi só questão de tempo. A parte preocupante é o processo de escolha da organização do maior evento esportivo do planeta, ao lado dos Jogos Olímpicos, que parece ignorar discussões que temos hoje em sociedades democráticas ao redor do mundo.
Começando pelo anúncio, feito nesta semana pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino. De Zurique, na Suíça, foi virtual e por aclamação, ou seja, com representantes das confederações em diferentes telas aplaudindo. Não houve um voto.
Nenhum grande evento esportivo é perfeito, mas, se no caso dos Jogos Olímpicos futuras sedes são incentivadas a construir menos e a usar arenas que já existem, na candidatura saudita serão 15 estádios, 11 erguidos do zero, sendo um deles no topo do edifício de uma cidade que ainda nem existe. O custo total estimado para a Copa é de centenas de bilhões de dólares. E como confiar em compromissos de sustentabilidade de um reino que é o maior exportador de petróleo bruto do mundo?
Além de denunciarem as restrições severas à liberdade de expressão e aos direitos das mulheres, tratadas como seres inferiores, e o fato de a homossexualidade por lá ser crime, organizações respeitadas como a Anistia Internacional e a ONU trazem dados chocantes sobre o histórico de violações de direitos humanos na Arábia Saudita.
Só neste ano, 300 pessoas foram executadas, há tortura em prisões, mais de 20 mil imigrantes de Bangladesh, Índia e Paquistão que trabalham em obras de infraestrutura morreram. Com o grande volume de construções de cidades, hotéis, estádios para a Copa do Mundo, esse número sombrio vai aumentar.
Uma frase usada por quem defende a Arábia Saudita é chamar as críticas de “preconceito do Ocidente”. Outra é dizer que “o esporte pode servir como um catalisador de mudanças”. Quando torcedores estiverem em estádios novinhos e em uma bolha protegida da realidade, espero realmente ver que esse Mundial terá causado progressos na sociedade e nas leis sauditas.
Para quem for comprar ingresso, vale o lembrete sobre a data: com temperaturas que passam dos 45°C em julho, em um planeta que a cada dia está mais quente, poderemos ter, de novo, um Mundial no inverno europeu, no fim do ano.
Um esporte global como o futebol deve abraçar diferentes tipos de culturas? Sem dúvidas. Os sauditas têm culpa de se oferecerem para sediar grandes eventos, não por amor ao esporte, mas como uma estratégia inteligente para terem outras fontes de renda e investimentos no futuro além do petróleo? Com certeza não têm.
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A discussão maior é sobre quais são os critérios usados para países receberem a honra de sediar eventos como a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos, campeonatos mundiais. E a sensação de que, nos próximos dez anos, o futebol pode ser responsável pela morte de potencialmente milhares de trabalhadores.
Os sauditas investiram bilhões de dólares nos últimos anos na indústria global do esporte e agora conseguiram sua maior ambição. Tanto dinheiro traz privilégios. Enquanto quiserem assinar os cheques, boa parte do mundo vai continuar dizendo sim.
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Tuchel buscará conselho do ‘cavalheiro’ Southgate para a candidatura da Inglaterra à Copa do Mundo | Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026
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13 de dezembro de 2024 Guardian staff
Thomas Tuchel pretende sondar o “cavalheiro” Gareth Southgate e imediatamente Inglaterra antecessor Lee Carsley antes de iniciar a campanha de qualificação para a Copa do Mundo de 2026. O novo técnico da Inglaterra assinou um contrato de 18 meses com a Federação de Futebol, que começa em 1º de janeiro, e Tuchel sabe que sua missão é adicionar uma segunda estrela da Copa do Mundo à camisa da Inglaterra.
O sorteio da qualificação de sexta-feira colocou a sua selecção frente à Sérvia, Albânia, Letónia e Andorra, com os vencedores dos grupos a garantirem um lugar automático nas finais nos Estados Unidos, Canadá e México. Tuchel é um treinador de clube extremamente respeitado, mas é novo no cenário internacional e confirmou que planejava reservar um tempo para falar com Southgate, que foi eliminado no verão depois de levar a Inglaterra à segunda final consecutiva do Euro.
“Ele é um cavalheiro”, disse Tuchel à Sky Sports News. “Nós nos conhecemos quando eu estava no Chelsea e foi um prazer conversar com ele, e por que eu não deveria (encontrá-lo novamente)?”
Ele também conversará no St George’s Park no próximo mês com Carsley, que assumiu o comando interino da campanha da Inglaterra na Liga das Nações no outono. “Trabalharemos a partir de janeiro em St George’s e espero que se torne muito regular e muito normal que nos encontremos”, acrescentou.
“Claro que vamos trocar (ideias) porque estou interessado no ponto de vista dele sobre a (seleção do elenco para) os jogos, sobre o potencial do grupo e como ele se sentiu em relação ao grupo e às experiências. Ele é o treinador sub-21, então estará muito, muito próximo de mim e temos tempo suficiente a partir de janeiro.”
A Inglaterra deve iniciar sua campanha de qualificação em março e venceu todas as partidas que disputou até o momento contra o adversário do Grupo K. No entanto, Tuchel disse à BBC Radio 5 Live que não era certo que sua equipe lideraria o grupo, acrescentando que eles precisariam ser “sérios” e “determinados”.
A Inglaterra só defrontou a Sérvia uma vez na sua história como nação – no Euro deste ano, onde o golo de Jude Bellingham foi decisivo num encontro da fase de grupos. Eles venceram todos os seis encontros anteriores com a Albânia – todos nas eliminatórias para a Copa do Mundo – e se encontraram pela última vez na qualificação para a última fase final, no Catar. A equipe de Southgate venceu a Albânia por 5 a 0 em Wembley, em novembro de 2021.
A Letónia será o novo adversário, enquanto Andorra também esteve no grupo da Inglaterra para a qualificação para o Qatar. A Inglaterra venceu o jogo em casa por 4-0 e uma vitória por 5-0 na segunda mão. Questionado sobre como enfrentar a Sérvia e a Albânia, Tuchel disse à BBC Radio 5 Live: “São sempre jogadores individuais muito talentosos, um grupo muito emotivo, uma multidão muito emotiva. Então eles sempre podem surpreender. Temos que levar isso muito a sério. É o primeiro encontro com a Letónia, portanto um novo desafio para todos nós.
“E então somos claros favoritos, claro, contra Andorra, mas a qualificação é fundamental agora. A qualificação é a principal prioridade. Temos que ser sérios. Temos que estar determinados e mostrar o que estamos fazendo neste grupo de cinco.”
Tuchel foi questionado se estava confiante em terminar no topo do grupo e acrescentou: “Não vejo isso como garantido. O fosso diminui cada vez mais entre as grandes nações e as pequenas nações. Você vê isso nos euros ultimamente. Não existem resultados que já estejam definidos antes do jogo ser disputado. As nações menores tornaram-se cada vez mais fortes. Portanto, temos que conquistar nosso lugar. Temos que conquistar nosso primeiro lugar.”
O novo seleccionador da Inglaterra também confirmou que falará com o defesa do Arsenal, Ben White, sobre um possível regresso da selecção nacional no novo ano. White não joga pela Inglaterra desde que deixou a Copa do Mundo de 2022 e atualmente está afastado dos gramados depois de passar por uma pequena operação no joelho no mês passado.
“Vou entrar em contato com ele. Deve ser um começo limpo e uma narrativa clara, disse Tuchel, que acrescentou que manterá Harry Kane como capitão da Inglaterra. “No momento não há necessidade de pensar em mudanças”, disse Tuchel, que treinou o atacante no Bayern de Munique na temporada passada. “Harry sempre foi um capitão de primeira linha da Inglaterra. Então, por que você pensa nisso agora?
Tuchel acredita que os treinadores das seleções adorariam outra Copa do Mundo de inverno na Arábia Saudita, mas admitiu que seria muito menos popular entre clubes e ligas. Tuchel foi questionado sobre a perspectiva de uma fase final de inverno daqui a 10 anos, enquanto participava do sorteio das eliminatórias de 2026.
Ele disse à BBC Radio 5 Live: “Acabamos de ter uma reunião com todos os outros treinadores. Acho que ainda não há uma decisão tomada, mas os treinadores que estiveram em serviço internacional no Catar ficaram muito felizes com a Copa do Mundo de inverno porque os jogadores chegaram em novembro e dezembro, não depois de uma temporada cansativa, mas no meio dela.”
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13 de dezembro de 2024 José Matheus Santos
A juíza Andréa Calado da Cruz, da primeira instância da Justiça de Pernambuco, retirou o inquérito da Operação Integration dos promotores do Ministério Público estadual e transferiu para o procurador-geral de Justiça do MP-PE. A decisão foi expedida na tarde desta sexta-feira (13).
Com isso, o processo será analisado pelo procurador-geral, Marcos Carvalho. A situação vale para todos os investigados, incluindo o cantor Gusttavo Lima; a influenciadora Deolane Bezerra e sua mãe Solange Bezerra; o CEO da Esportes da Sorte, Darwin Filho, e seu pai, o empresário Darwin Henrique da Silva; o dono da VaideBet, José André da Rocha Neto, e sua esposa, Aislla Rocha.
A magistrada apontou inércia, ou seja, falta de atuação dos promotores do caso, ao justificar a transferência da investigação para a Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco.
A operação investiga suposta lavagem de dinheiro por meio de jogos de apostas esportivas e do jogo do bicho.
O episódio é mais um ponto de atrito entre a juíza e os promotores do caso. A magistrada tem adotado um alinhamento maior com a Polícia Civil. No último dia 6, os promotores acusaram Andréa Calado da Cruz de cometer abusos ao longo do processo.
“Não cabe ao Ministério Público manter-se em inércia, especialmente quando sobre os acusados pesam medidas constritivas, de natureza severa e impactante. O direito à defesa e o respeito ao princípio da não culpabilidade exigem que as investigações e a persecução penal sejam conduzidas com a agilidade e a efetividade necessárias para garantir a justiça”, escreveu a juíza na decisão desta sexta.
“A simples ausência de ação, ou a demora na manifestação e na adoção das providências cabíveis, equivale a uma falha no cumprimento do papel constitucional do Ministério Público”, acrescentou.
Para Andréa Calado, a inércia apontada por ela põe “em risco os direitos fundamentais daqueles que ainda não foram julgados, comprometendo a celeridade processual e a própria efetividade da Justiça”.
“A responsabilidade de dar andamento ao feito é uma exigência da legislação, e a ausência de diligência do Ministério Público não pode ser aceita, pois resulta em prejuízos irreparáveis ao devido processo legal”, afirma a juíza. “Em um Estado Democrático de Direito, a inércia não pode ser tolerada”, acrescentou.
A juíza afirmou que determinou, em quatro ocasiões, que os promotores tomassem providências para dar andamento à investigação, que dura mais de um ano e cuja operação foi deflagrada em setembro.
Na semana passada, os promotores disseram que a juíza quer impor o oferecimento de denúncia contra os investigados. “Embora a magistrada não goste ou não queira enxergar, é do Ministério Público a titularidade da ação penal. (…) O erro grave, motivado pela aparente falta de isenção, é o de pretender impor o oferecimento da denúncia”, escreveram os cinco promotores do caso.
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A magistrada também defendeu que a tramitação do processo seja ágil “para que a apreensão de bens não se transforme em um simples registro de números, sem um desfecho que realmente tenha um impacto significativo na repressão ao crime organizado e na restituição à sociedade do que é seu por direito”.
Ainda conforme a juíza, há indiciados pela Polícia Civil que têm mais de 60 anos de idade. Segundo a magistrada, a legislação prevê prioridade na tramitação de pessoas com idade igual ou superior a essa.
Para os promotores, porém, a investigação não está finalizada. Isso porque ainda restam relatórios sobre quebras de sigilo bancário e fiscal dos investigados.
Também nesta sexta, a Procuradoria-Geral da Justiça do Ministério Público de Pernambuco defendeu o arquivamento de trecho da investigação da Operação Integration relacionada ao cantor Gusttavo Lima.
Esse caso foi para a Procuradoria-Geral de Justiça do MP-PE após a juíza discordar do entendimento dos promotores responsáveis pelo caso, que pediram o arquivamento da parte da investigação relacionada ao cantor.
A Procuradoria-Geral manteve a avaliação dos promotores. O novo parecer que pede o arquivamento foi assinado pela subprocuradora-geral de Justiça em assuntos jurídicos, Norma Mendonça Galvão de Carvalho. Ela trabalha junto com o procurador-geral de Justiça, Marcos Carvalho. Agora, o caso volta para a magistrada avaliar o pedido.
A subprocuradora defendeu o arquivamento das investigações sobre supostas práticas de lavagem de dinheiro e associação criminosa pelo cantor e pelo casal José André da Rocha Neto —dono da empresa VaideBet— e Aislla Rocha por meio de jogos ilegais. Norma Galvão entendeu “inexistirem elementos que permitam concluir possíveis práticas de infrações penais”.
Gusttavo Lima foi indiciado por supostas lavagem de dinheiro e organização criminosa pela Polícia Civil. A polícia diz que o cantor comercializou, por meio de uma empresa sua, um avião para a Esportes da Sorte, que posteriormente foi devolvido sob a justificativa de um defeito na turbina. A mesma aeronave foi vendida depois aos proprietários da VaideBet.
Sobre a suposta lavagem de dinheiro em razão das vendas das aeronaves, a Procuradoria-Geral de Justiça defendeu, assim como os promotores do caso, o envio do trecho do processo para análise do Ministério Público da Paraíba, estado onde residem os donos da VaideBet, por ausência de conexão com as suspeitas de contravenção do jogo do bicho que recaem sobre o CEO da Esportes da Sorte e de elementos que indiquem que os valores das transações são oriundos de infração penal.
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