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uma dotação recorde… ainda muito longe daquela paga aos homens
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A UEFA está mais do que duplicando a aposta: 41 milhões de euros em prémios monetários serão pagos durante o próximo Euro de Futebol Feminino na Suíça (de 2 a 27 de julho de 2025), anunciou o organismo na segunda-feira, 16 de dezembro. Um aumento de 156% face à edição de 2022 em Inglaterra (16 milhões de euros), destacou a União Europeia das Associações de Futebol.
Este aumento faz parte de uma tendência constante de crescimento do futebol feminino desde há uma década, particularmente incentivada pela UEFA. Na verdade, o fundo de prémios para o torneio continental quintuplicou desde o Euro 2017 (8 milhões de euros).
A entidade organizadora do Euro, mas também da Liga dos Campeões masculina e feminina, anunciou em outubro a intenção de investir mil milhões de euros no futebol feminino até 2030.
Um máximo de 5,1 milhões de euros
Nos detalhes, porém, permanecem disparidades gigantescas entre os Campeonatos Europeus das Nações masculino e feminino. Embora os vencedores do Euro 2024 possam arrecadar até 28,5 milhões em bónus de desempenho se permanecerem invictos, os futuros campeões europeus terão de se contentar com um máximo de 5,1 milhões de euros. Em 2022, os ingleses, vencedores da competição, saíram com 2,08 milhões de euros.
Cada uma das dezasseis seleções qualificadas para o próximo Euro na Suíça receberá um mínimo de 1,8 milhões de euros, contra 9,25 milhões de euros em bónus de participação para as seleções masculinas participantes na fase final do Euro 2024.
Os clubes que libertarem jogadores para a competição serão compensados, num valor total de 6 milhões de euros (+33% face à edição anterior), ou 657 euros por jogador e por dia de libertação. Durante o Euro 2024,Os clubes afiliados à UEFA receberam entre 3.300 e 10.000 euros por dia e por jogador, com base num cálculo de Oeste da França.
Na Suíça, em 2025, as seleções que chegarem às quartas de final, às semifinais ou à final receberão 550 mil, 700 mil e 850 mil euros, respectivamente. Durante o Euro 2024 masculino na Alemanha, para as equipas que atingiram as mesmas fases da competição, as recompensas ascenderam a 2,5, 4 e 5 milhões de euros, respetivamente.
Apolline Vilbois (com AFP) (com AFP)
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Quem ama dá bandeira – 16/12/2024 – Vera Iaconelli
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16 de dezembro de 2024O recente lançamento do filme “Limonov: the Ballad” na Europa, baseado no livro de Emmanuel Carrère, faz ressurgir uma biografia que revela, de forma histriônica, o enigmático desejo humano. Carrère se delicia em demonstrar, fato após fato, as inconsistências de um personagem que, de tão rocambolesco, pareceria forçado numa obra de ficção.
Eduard Veniaminovitch Savenko, autobatizado Limonov (misto de limonka, gíria para granada, e limão), é um gato com dezenas de vidas, obcecado pela aventura, pelo sucesso e por ganhar dinheiro. Acontece que, como já nos alertava Lacan, o desejo é algo que só se conhece a posteriori, e é entre o proferido e o realizado que descobrimos as escolhas reais que desenharam uma história. São elas que, ao fim e ao cabo, revelarão os caminhos libidinais pelos quais o desejo se revelou.
O russo Limonov é bandidinho vulgar, guerrilheiro impiedoso, fascista, escritor aclamado, amante que tenta o suicídio quando leva toco da mulher, corno convicto da esposa ninfomaníaca e drogadita, mendigo gay, prisioneiro realizado, aprendiz de iogue.
Enfim, uma coleção de títulos que fazem de sua vida um prato cheio à especulação psicanalítica, que só serviria para reduzi-la, afinal, uma vida é sempre muito mais. O pano de fundo histórico, no qual vemos a URSS se esfacelar e as guerras que se sucedem, é apresentado com complexidade e sem maniqueísmos, marca registrada de Carrère.
Limonov, que tanto idolatrava a guerra e os gulags, a ponto de lutar ao lado dos sérvios na guerra da Bósnia, não deixou de tornar pública sua fragilidade amorosa. Enquanto sofria pelo abandono da amante, fato pelo qual quase se suicidou, buscou a companhia de mendigos negros: escândalo sexual, racial e social numa estocada só. Sofreu por amor como um adolescente e cuidou de “suas” mulheres o quanto pôde ao longo da vida, sendo considerado um cara decente no trato individual.
A intensa e aventureira vida do biografado nos serve de espelho para pensar as escolhas amorosas em sua vertente mais determinante: a inconsciente. Aquela que nos faz perguntar, incrédulos, por que escolhemos esse/a e não aquele/a, seja com a cabeça no travesseiro, seja recostada no divã.
Não raro, observamos os pares que se formam à nossa volta, sem que consigamos atinar os fios que os mantêm unidos. Como a feminista lésbica que se afunda em uma relação nada diferente de um casamento heterossexual, conservador e abusivo; o amante torturado por relações que nunca inspiraram lealdade e nas quais insiste estar buscando justamente esse traço; ou ainda a pessoa a quem não faltam atrativos mas que sofre de uma solidão crônica e enigmática.
As fantasias que sustentam nossas relações são calcadas em experiências de infância, momento no qual aprendemos a amar justamente com aqueles que nunca poderiam tornar-se nossos pares: os pais. Daí a sensação de que o prazer de amar vem acompanhado da iminente rejeição que todos nós forçosamente conhecemos.
Nossas escolhas amorosas dão bandeira das fantasias inconscientes que nos regem e que, por vezes, passam longe das listas de qualidades e defeitos que supomos privilegiar num parceiro. Amar é dar bandeira do pouco que sabemos de nós e uma chance considerável de vir a saber um pouquinho mais.
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Painel da População Negra é lançado pelo Ministério da Saúde
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16 de dezembro de 2024 Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
O Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira (16), em Brasília, o Painel Saúde da População Negra. A plataforma – disponibilizada em totens durante o seminário Equidade Étnico-Racial nas Redes de Atenção à Saúde – conta com dados e indicadores sociodemográficos de morbidade e de mortalidade específicos para a população negra.
Durante a solenidade, o secretário substituto de Informação e Saúde Digital da pasta, Paulo Sellera, destacou que a proposta é transformar dados em informações confiáveis e em indicadores que possam ser acompanhados sistematicamente.
“O painel permite termos o georreferenciamento dessas informações, além de gráficos de acompanhamento de séries históricas e tabelas”, especificou.
A ferramenta conta com três eixos principais: enfrentamento ao racismo; características sociodemográficas; e morbidade e mortalidade da população negra. Para Sellera, indicadores da população negra, quando comparados aos da população em geral, demonstram que “precisamos melhorar muito no atendimento à saúde em vários locais do território nacional”.
“Em particular, o eixo morbidade e mortalidade da população negra traz [dados] sobre mortalidade materno infantil, indicadores de sífilis congênita e gestacional, doença falciforme, violência, tuberculose e morte prematura por doenças crônicas não transmissíveis”, citou. Todos os números, segundo ele, foram validados pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.
Demanda antiga
Em nota, o Ministério da Saúde informou que o painel era uma “demanda antiga” de movimentos sociais negros, que vai permitir o monitoramento e a avaliação do processo de implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
A ferramenta apresenta indicadores de enfrentamento ao racismo produzidos a partir dos resultados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) e da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), realizadas em 2021, e de busca por termos-chave presentes nos Planos Municipais de Saúde, através do Sistema Digital dos Instrumentos de Planejamento (DigiSUS), do quadriênio 2021-2024.
“Pesquisas apontam que os adoecimentos e mortes por causas evitáveis, assim como as taxas de mortalidade materna, infantil e fetal, são maiores entre mulheres e crianças negras e indígenas. O quesito raça/cor, embora seja preenchido, é pouco utilizado como categoria de análise em saúde”, destacou o Ministério da Saúde.
Acrescentou que o racismo figura como um determinante social da saúde “que atrapalha ou impede o acesso a cuidados e serviços, influenciando na utilização e qualidade da assistência prestada”.
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Primeiras mortes relatadas de soldados norte-coreanos lutando contra a Ucrânia | Coréia do Norte
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16 de dezembro de 2024 Associated Press in Kyiv
Tropas norte-coreanas foram mortas durante o combate contra as forças ucranianas na região fronteiriça de Kursk, na Rússia, de acordo com a agência de inteligência militar da Ucrânia e o Pentágono.
As mortes são as primeiras relatadas desde os EUA e Ucrânia anunciou que a Coreia do Norte enviou 10.000 a 12.000 soldados à Rússia para ajudá-la na guerra de quase três anos.
A agência de inteligência militar da Ucrânia disse que cerca de 30 soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos durante a batalha com o exército ucraniano no fim de semana.
As vítimas ocorreram em torno de três aldeias em Kursk, onde Rússia há quatro meses tenta reprimir uma incursão ucraniana, disse a agência, conhecida pela sigla GUR, em uma postagem pública no aplicativo de mensagens Telegram.
Pelo menos três militares norte-coreanos desapareceram perto de outra aldeia de Kursk, disse o GUR.
Na segunda-feira, o secretário de imprensa do Pentágono, major-general Pat Ryder, disse que algumas tropas norte-coreanas morreram em combate em Kursk, mas não tinha um número específico de mortos ou feridos. Essas tropas foram usadas principalmente em funções de infantaria e começaram a lutar em operações de combate há cerca de uma semana, disse Ryder.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, encaminhou as questões ao Ministério da Defesa russo, que não comentou imediatamente.
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, prometeu apoio inabalável à invasão do seu vizinho pela Rússia ao abrigo de um pacto de defesa mútua.
A aliança deu um abalo nas relações internacionais, e o presidente russo, Vladimir Putin, disse na segunda-feira que a instalação planeada de mísseis de alcance intermédio dos EUA para Europa e a Ásia trouxeram novas ameaças.
“Tendo em vista as crescentes tensões geopolíticas, devemos tomar medidas adicionais para garantir a segurança da Rússia e dos nossos aliados”, disse Putin numa reunião com altos escalões militares. “Estamos fazendo isso com precisão e de forma equilibrada para evitar sermos arrastados para uma corrida armamentista em grande escala.”
No entanto, analistas militares dizem que a barreira linguística tem prejudicado a coordenação de combate entre as tropas russas e norte-coreanas.
“A fraca integração e os contínuos problemas de comunicação entre as forças russas e norte-coreanas provavelmente continuarão a causar atritos nas operações militares russas em Kursk… no curto prazo”, disse no domingo o Instituto para o Estudo da Guerra, um grupo de reflexão de Washington.
Em 5 de Novembro, as autoridades ucranianas afirmaram que as suas forças se tinham envolvido pela primeira vez com unidades norte-coreanas.
A Ucrânia tomou terras na região fronteiriça de Kursk, na Rússia, em agosto passado, na primeira ocupação do território russo desde a Segunda Guerra Mundial. A operação envergonhou o Kremlin e teve como objetivo combater incessantemente as más notícias vindas da linha da frente.
A incursão não alterou significativamente a dinâmica da guerra. Ao longo do último ano, a Rússia tem estado na frente, com excepção de Kursk, e tem-se aprofundado na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, apesar das pesadas perdas.
O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, disse que os militares têm obtido ganhos constantes na Ucrânia, alegando que tinham acelerado recentemente, com as forças russas capturando cerca de 30 quilómetros quadrados (11,5 milhas quadradas) de território por dia.
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