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União Brasil vê ‘artilharia’ contra o partido e bu…

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União Brasil vê ‘artilharia’ contra o partido e bu...

Marcela Mattos

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o agora ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho reacendeu dentro do União Brasil a sensação de que o partido foi colocado na mira de um ataque político e jurídico.

Juscelino deixou o governo Lula na última terça-feira, 10, após a formalização da denúncia da PGR. Ele havia sido indiciado pela Polícia Federal em junho do ano passado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsidade ideológica e fraude em licitação – como a decisão é sigilosa, não se sabe se a Procuradoria acatou o parecer da PF na íntegra.

Leia também: Não deu para segurar: Os bastidores da queda de Juscelino Filho no governo Lula

Logo que assumiu a pasta das Comunicações, o titular se viu às voltas de uma enxurrada de acusações. A mais grave delas, e que culminou com a ação judicial, aponta que Juscelino se beneficiou de recursos do orçamento secreto num esquema para pavimentar uma estrada que dá acesso a uma fazenda dele, construída por meio de uma empresa da qual o próprio ministro seria um “laranja”.

Juscelino sempre negou as acusações e, em público, afirmou que a investigação tinha o objetivo de desgastar o governo. Nos bastidores, aliados do político têm calcificada a certeza de que há as digitais do ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino na produção e propagação de dossiês contra o chefe das Comunicações logo no início do mandato – à época, Dino ocupava o cargo de ministro da Justiça. Os dois são notórios adversários políticos no Maranhão.

A suspeita ganhou mais força quando a Polícia Federal, então comandada pela pasta de Dino, acelerou as apurações contra um empresário investigado, encontrou mensagens suspeitas entre ele e Juscelino e concentrou as operações em Vitorino Freire, reduto do então ministro. Numa ironia do destino, Flávio Dino é o relator da ação no Supremo e, assim, tem em suas mãos o andamento do caso.

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Ação e reação

Com três ministérios no governo Lula, o União Brasil tem a terceira maior bancada na Câmara, com 59 deputados, além da presidência do Senado, com Davi Alcolumbre. Enquanto o governo se empenha em evitar desgastes com o Congresso, as ações do Supremo e da PF aumentam a temperatura. Importantes lideranças veem uma atuação em parceria entre Dino e o Palácio do Planalto para constranger políticos com as investigações sobre emendas parlamentares, que já acumulam mais de 80 inquéritos sigilosos.

O mais rumoroso desses casos atingiu o União Brasil em cheio. Os principais caciques da legenda estão no centro da Operação Overclean, que apura desvios em contratos de limpeza urbana custeados com verbas encaminhadas por deputados. A PF chegou a pedir formalmente que o caso ficasse nas mãos de Dino, mas, sem nenhum precedente, a cúpula do Supremo rejeitou a investida.

“Há uma constante artilharia voltada contra o partido”, reclamou uma das principais lideranças do União Brasil após a formalização da denúncia contra Juscelino. Por isso, ressalta esse dirigente, a legenda tem de estar “externamente unida e internamente blindada”. Num gesto para dentro, a sigla emitiu uma nota em que defende o correligionário. “Juscelino Filho segue contando com a confiança da bancada e da Executiva Nacional do União Brasil. Sua trajetória política e contribuição ao governo são motivo de reconhecimento dentro e fora do partido”, registrou o presidente Antônio Rueda.

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Outro possível alvo da Overclean é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A PF encontrou mensagens em que empresários investigados citam a chefe de gabinete dele como uma das pontes para ajudar a destravar um contrato de interesse do grupo. O caso subiu para o STF após também serem encontrados indícios de irregularidades envolvendo o deputado Elmar Nascimento (União-BA), que já foi favorito a presidir a Câmara neste ano.

Como mostrou reportagem de VEJA, em meio ao tiroteiro, Alcolumbre foi aconselhado a reagir. Uma série de possíveis retaliações foi levada à mesa – elas vão desde um pedido formalizado pela cúpula do Congresso para acabar com o sigilo dos inquéritos, que mantém a classe política como um todo em suspeição, a criar uma apuração interna para investigar eventuais casos de abuso de poder e irregularidades cometidas pela PF e pelo STF durante o processo. Ao menos por enquanto, Alcolumbre tem evitado esticar ainda mais a corda.



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CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go…

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CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go...

Marcela Rahal

Como se não bastasse a ideia de uma CPI na Câmara, ainda a depender do aval do presidente Hugo Motta (o que parece que não deve acontecer), o governo pode enfrentar uma investigação para apurar os desvios bilionários do INSS nas duas Casas.

Já são 211 assinaturas de parlamentares a favor da CPMI, 182 deputados e 29 senadores, o suficiente para o início dos trabalhos. A deputada Coronel Fernanda, autora do pedido na Câmara, vai protocolar o requerimento nesta terça-feira, 6. Caberá ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, convocar o plenário para a leitura da proposta e, consequentemente, a criação da Comissão.

Segundo a parlamentar, que convocou uma entrevista coletiva para amanhã às 14h30, agora o processo deve andar. O governo ficará muito mais exposto com um escândalo que tem tudo para ficar cada vez maior, segundo as investigações ainda em andamento.

O desgaste será inevitável. O apelo do caso é forte e de fácil entendimento para a população. O assalto bilionário aos aposentados e pensionistas do INSS.



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Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg…

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Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg...

Ludmilla de Lima

Presidente da Federação União Progressista, Antonio Rueda passará por uma cirurgia nesta segunda-feira, 05, devido a um cálculo renal. Por causa de fortes dores, o procedimento, que estava marcado para amanhã, terá que ser antecipado. Antes do anúncio da federação, na terça da semana passada, ele já havia sido operado por causa do problema, colocando um cateter.

Do União Brasil, Rueda divide a presidência da federação com Ciro Nogueira, do PP. Os dois partidos juntos agora têm a maior bancada do Congresso, com 109 deputados e 14 senadores. O PP defendia que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira ficasse no comando do bloco, mas o União insistia no nome de Rueda. A solução foi estabelecer um sistema de copresidentes, que funcionará ao menos até o fim deste ano. 

A “superfederação” ultrapassa o PL na Câmara – o partido de Jair Bolsonaro tem 92 deputados – e se iguala ao PSD e ao PL no Senado. O poder do grupo, que seguirá unido nos próximos quatro anos, também é medido pelo fundo partidário, de R$ 954 milhões.

A intensificação das agendas políticas nos últimos dias agravou o quadro de saúde de Rueda, que precisou também cancelar uma viagem ao Rio.



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POLÍTICA

Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu…

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Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu...

Matheus Leitão

A mais nova dobradinha contra Alexandre de Moraes tem gerado frisson nas redes bolsonaristas, mas parece mesmo uma novela de mau gosto. Protagonizada por Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três licenciado da Câmara, e Paulo Figueiredo, neto do último general ditador do Brasil, os dois se uniram para tentar punir o ministro do Supremo Tribunal Federal nos EUA.

Em uma insistente tentativa de se portarem com alguma relevância perante o governo Donald Trump, os dois agora somam posts misteriosos de Eduardo com promessas vazias de Figueiredo após uma viagem por alguns dias a Washington.

Um aparece mostrando, por exemplo, a lateral da Casa Branca em um ângulo no qual parece, pelo menos nas redes sociais, a parte interna da residência oficial do presidente dos Estados Unidos. O outro promete que as sanções ao ministro do STF estão 70% construídas e pede mais “72 horas” aos seus seguidores.

“Aliás, hoje aqui de manhã, eu tive um [inaudível] com eles, no caso o Departamento de Estado especificamente, e o termo que usaram para mim foi: olha, nós não queremos criar excesso de expectativa, mas nós estamos muito otimistas que algo vai acontecer e a gente vai poder fazer num curto prazo”, disse Paulo Figueiredo.

A ideia dos dois é que, primeiro, Alexandre de Moraes, tenha seu visto cancelado e não possa mais entrar nos Estados Unidos. Depois, que ele tenha algumas sanções econômicas, caso tenha bens nos Estados Unidos, como o bloqueio financeiro a instituições do país, como empresas de cartão de crédito.

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“O que eu posso dizer para você é que a gente nunca esteve tão perto. Eu não posso dizer quando e nem garantir que vão acontecer”, prometeu ainda Paulo Figueiredo. A novela ainda vai ganhar novos ares nesta semana com a chegada de David Gamble, coordenador para Sanções do governo de Trump, ao Brasil nesta semana. 

A seguir as cenas dos próximos capítulos…



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