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Vandalizar livros é a última moda decorativa – 23/10/2024 – Sérgio Rodrigues

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Vandalizar livros é a última moda decorativa - 23/10/2024 - Sérgio Rodrigues

A variedade cromática dos livros sempre foi um problema para arquitetos e decoradores. Como conciliar a paleta de cores da indústria editorial, mais extensa que a de um catálogo de loja de tintas, com o senso de harmonia e equilíbrio exigido de profissionais que cobram caro por isso?

Diversas soluções para o problema foram tentadas, e já falaremos delas, mas nenhuma tão genial quanto a que vem se consagrando nos últimos anos e que se observa neste momento na maioria dos ambientes residenciais do CasaCor Rio: o vandalismo.

A sacada é tão brilhante quanto simples: por dentro, em seu conjunto de páginas, aquilo que o jargão editorial chama de miolo, livros são quase monocromáticos –vão do branco ao bege, tons que felizmente se encaixam bem em propostas minimalistas, “neutras”, que são tendência nos mais elegantes interiores contemporâneos.

Assim, basta arrancar com cuidado a capa dos bichinhos —o que inclui, atenção, lombada e contracapa— e deixá-los pelados, reduzidos ao seu essencial nude. O tal miolo é, paradoxalmente, o paraíso dos desmiolados.

Há aqui um paralelo com a ideia de “conteúdo”, palavra que nosso século vem usando para patrolar um rico ecossistema de gêneros artísticos e informativos. O miolo é o “conteúdo” do livro, aquilo em que todos os espécimes se igualam. Pronto: o velho incômodo da diversidade cromática desses objetos vintage se resolve num passe de mágica.

A solução vândala tem vantagens evidentes sobre outras que já foram tentadas ao longo da história. Encadernar uma biblioteca inteira em elegantes matizes de cores frias, tom sobre tom, funciona em determinadas situações, mas custa caro e pode dar ao ambiente uma gravidade aristocrática indesejada.

Bem pior é a ideia de preencher estantes com painéis de madeira que simulam uma fileira de lombadas. Sempre pode aparecer uma visita intrometida para tentar tirar um livro da prateleira e, percebendo a fraude, espalhar para todo mundo que o dono da casa é um leitor fake.

Até mesmo uma proposta refinada e sensata como a de organizar os livros por cores, ignorando todos os seus outros critérios de parentesco, já rendeu dissabores sociais parecidos com o das lombadas de mentira.

Esnobismo é uma praga. Melhor evitar as sobrancelhas arqueadas de visitas que abrem sorrisos sarcásticos ao descobrir as obras completas de Shakespeare, em capa dura vermelha, entre um rubro guia de sex shops de Amsterdã e um manual igualmente escarlate de mecânica de motocicletas.

Claro que o ideal seria não ter em casa livro nenhum. Essa é, de fato, a saída adotada pela maioria dos clientes de serviços de decoração. No entanto, há estratos de nossa sociedade hipócrita que, mesmo tendo aberto um livro pela última vez em 1989, quando a escola os obrigou, insistem em atribuir valor ornamental a esses artefatos.

É em casos assim que o vandalismo minimalista se apresenta como a melhor alternativa. Um último cuidado: as lombadas desencapadas ficam todas iguais, o que dificulta a tarefa de quem se aproxime desses livros com um deslocado espírito de leitor. Basta não cometer tal erro que a solução é perfeita.


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Rei Charles retomará viagens regulares ao exterior em 2025 após hiato por câncer | Monarquia

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Rei Charles retomará viagens regulares ao exterior em 2025 após hiato por câncer | Monarquia

Nadeem Badshah

O rei Carlos retornará às viagens regulares ao exterior no próximo ano, após o hiato das tarefas oficiais no exterior que assumiu desde o diagnóstico de câncer, disse uma autoridade do palácio.

Charles voará para o exterior durante a primavera e o outono, os períodos tradicionais para visitas reais oficiais ao exterior, desde que os médicos aprovem a viagem.

Falando na conclusão da visita de nove dias do rei e da rainha à Austrália e Samoa no sábado, um alto funcionário do palácio disse: “Estamos agora trabalhando em um programa completo de viagem ao exterior, de aparência bastante normal, para o próximo ano.

“O que é um ponto alto para terminarmos, saber que podemos pensar nesses termos, sujeito à aprovação dos médicos.”

Charles está recebendo tratamento ambulatorial para uma forma não revelada de câncer desde o início de fevereiro e inicialmente adiou todas as tarefas voltadas ao público, continuando a trabalhar nos bastidores.

A viagem à Austrália e Samoa, que foi a primeira visita de longa distância do rei desde o diagnóstico de câncer, originalmente incluía a Nova Zelândia no itinerário, mas isso foi descartado por conselho de seus médicos.

O rei e a rainha realizavam até 10 compromissos por dia, adaptados especificamente para acomodar períodos de descanso e incluíam apenas um evento noturno.

O funcionário do palácio acrescentou: “Acho que é uma grande prova da devoção do rei ao serviço e ao dever que ele estivesse preparado para chegar tão longe e estivesse incrivelmente feliz e muito, muito determinado a fazê-lo”.

O rei “amou genuinamente” a viagem e “prosperou genuinamente” com o programa australiano e samoano, acrescentou o responsável, uma vez que melhorou “o seu ânimo, o seu humor e a sua recuperação.

“Nesse sentido, a turnê, apesar das exigências, tem sido o tônico perfeito.”

Ele acrescentou que o monarca tira muita força da presença da Rainha, até porque ela “mantém a realidade”.

Houve alguns protestos durante a visita de cinco dias à Austrália, incluindo o monarca sendo questionado pela senadora indígena Lidia Thorpe depois de se dirigir a deputados e senadores no Parlamento em Camberra.

Thorpe gritou com ele: “Este não é o seu país.

“Você cometeu genocídio contra nosso povo. Devolva-nos a nossa terra. Dê-nos o que você roubou de nós – nossos ossos, nossos crânios, nossos bebês, nosso povo.”



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PL tenta conquistar marca inédita de prefeitos em capitais – 26/10/2024 – Poder

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PL tenta conquistar marca inédita de prefeitos em capitais - 26/10/2024 - Poder

João Pedro Pitombo

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai às urnas neste domingo (27) com o desafio de atingir uma marca inédita de prefeitos eleitos nas capitais brasileiras. O partido elegeu dois prefeitos ainda no primeiro turno e concorre em outras nove capitais.

Ao todo, as capitais de 15 estados estão em disputa neste segundo turno. O resultado vai definir o xadrez das forças políticas nas grandes cidades, onde há um predomínio de partidos de centro e de direita.

O desempenho do bolsonarismo deve servir de termômetro para as eleições estaduais e presidenciais de 2026, assim como o campo aliado ao presidente Lula (PT), que vem de resultados negativos nas eleições de 2016 e 2020 e busca retomar espaços.

Antes da filiação de Bolsonaro, em 2021, a última vez que o PL elegeu um prefeito de capital nas urnas tinha sido em 2000, quando Alfredo Nascimento venceu em Manaus. O partido tem atualmente os prefeitos de Maceió e Rio Branco, reeleitos no primeiro turno, mas ambos foram eleitos por outras legendas em 2020.

Na eleição municipal de 2020, Bolsonaro tinha rompido com o PSL e estava sem partido. Seus aliados se pulverizaram entre diversas legendas de direita.

Neste segundo turno, o PL desponta como favorito em Aracaju, mas enfrenta cenários considerados difíceis em João Pessoa e Belém. Nas demais seis capitais em que a legenda concorre, a expectativa é de disputa acirrada entre seus candidatos e os oponentes.

É o caso de grandes colégios eleitorais como Fortaleza, Belo Horizonte e Manaus, onde chegaram ao segundo turno nomes próximos a Bolsonaro como André Fernandes, Bruno Engler e Capitão Alberto Neto.

O partido também disputa o segundo o turno em Palmas, Goiânia e Cuiabá e tem os vices em chapas que concorrem em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Porto Velho –no primeiro turno, elegeu a vice em Florianópolis.

Caso vença em 8 das 9 capitais que disputa neste segundo turno, o PL poderá superar o resultado que PT conquistou em 2004, quando elegeu nove prefeitos. Foi a maior hegemonia de um partido nas capitais brasileiras neste século.

Partidos como PSD, MDB e União Brasil também despontam entre os que podem fazer o maior número de prefeitos nas capitais.

O PSD, que assumiu a ponta no número de prefeitos eleitos no primeiro turno, elegeu os prefeitos do Rio de Janeiro, Florianópolis e São Luís, sendo Eduardo Paes (RJ) aliado de Lula e Topazio Neto (SC) próximo a Bolsonaro.

A sigla ainda concorre em Belo Horizonte, onde o prefeito Fuad Noman enfrenta o bolsonarista Bruno Engler com o apoio da esquerda no segundo turno, e em Curitiba, onde legendas à direita ancoram Eduardo Pimentel.

O MDB segue na mesma linha, com divisões internas. Os prefeitos de São Paulo, Ricardo Nunes, e de Porto Alegre, Sebastião Melo, concorrem com vices do PL e apoio dos bolsonaristas contra candidatos de esquerda.

Em Belém, o cenário é o oposto. Igor Normando (MDB) disputa o segundo turno respaldado pela esquerda contra o bolsonarista Eder Mauro (PL). No primeiro turno, o MDB reelegeu os atuais prefeitos de Macapá e Boa Vista.

O União Brasil tem candidaturas mais consolidadas no lado conservador, mas terá embates diretos com outros candidatos da direita em três capitais: Goiânia, Campo Grande e Porto Velho.

Na capital de Goiás, o segundo turno tem sido marcado por embates entre o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que apoia a candidatura do empresário e ex-deputado Sandro Mabel, do mesmo partido, e os bolsonaristas que ancoram o candidato Fred Rodrigues (PL).

Em Campo Grande, duas mulheres duelam pelo eleitorado conservador: a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), que no segundo turno tem o apoio de parcela dos bolsonaristas e da esquerda, e a prefeita Adriane Lopes (PP), que ganhou o respaldo de Bolsonaro.

Em Natal, o União Brasil trava o seu único embate com a esquerda: o deputado federal Paulinho Freire enfrenta a também deputada Natália Bonavides (PT).

Os partidos de esquerda, que venceram apenas com João Campos (PSB) no Recife na primeira etapa da eleição, disputam seis capitais neste segundo turno. O principal nome é Guilherme Boulos (PSOL), que concorre em São Paulo, com o apoio dos petistas, contra o prefeito Ricardo Nunes.

O PT, que não elegeu nenhum prefeito de capital em 2020, chegou ao segundo turno em quatro cidades e disputa neste domingo o comando das prefeituras de Fortaleza, Porto Alegre, Natal e Cuiabá.

Com exceção de Porto Alegre, onde o prefeito Sebastião Melo é favorito contra a deputada Maria do Rosário, a expectativa é que os petistas protagonizem disputas acirradas contra seus adversários.

Em Cuiabá e Fortaleza, serão embates diretos entre o PT e o PL. Na capital de Mato Grosso, reduto bolsonarista, Lúdio Cabral (PT) recebeu o apoio até de empresários do agronegócio contra Abílio Brunini (PL). O petista é considerado moderado, enquanto o seu adversário é um aliado fiel de Bolsonaro.

Na capital cearense, o deputado estadual Evandro Leitão, filiado ao partido em dezembro passado, vai tentar inverter o resultado do primeiro turno para superar o deputado federal e influenciador bolsonarista André Fernandes. Também no Nordeste, o PT também tenta prevalecer em Natal.

O PDT, que concorreu às duas últimas eleições presidenciais com Ciro Gomes, encara sua única disputa em Aracaju. O pedetista Luiz Roberto, aliado do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), enfrenta a vereadora Emilia Correa (PL).

Já o PSDB, partido que chegou a ter o maior número de prefeitos nas capitais em 2016, quando emplacou sete nomes, teve o seu pior desempenho da história. A legenda sairá das urnas sem nenhum eleito nas 26 capitais.





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Sainz conquista a pole no Grande Prêmio do México com Verstappen superando Norris | Fórmula Um

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Sainz conquista a pole no Grande Prêmio do México com Verstappen superando Norris | Fórmula Um

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Max Verstappen saiu na frente seu rival pelo título, Lando Norris com Carlos Sainz, da Ferrari, conquistando a pole position em o Grande Prêmio do México. Norris está 57 pontos atrás de Verstappen no campeonato de pilotos, com cinco corridas restantes e 146 pontos em disputa e precisa começar a fazer grandes avanços na vantagem do holandês.

McLaren falhou em sua tentativa de derrubar O polêmico pênalti de Norris o que o rebaixou atrás de Verstappen em Austin no fim de semana passado, um resultado que o piloto britânico rotulou de “assassino de impulso” em sua busca pelo primeiro título. E essas esperanças sofreram mais um golpe, já que Norris só conseguiu terminar em terceiro na classificação para a corrida de 71 voltas de domingo, uma posição atrás de seu rival pelo título e mais de três décimos atrás do pole Sainz.

Norris liderou as duas primeiras sessões de qualificação, mas não teve resposta para a volta emocionante do espanhol, com seu companheiro de equipe na Ferrari, Charles Leclerc ficando em quarto lugar no grid. Verstappen venceu cinco dos últimos seis Grandes Prêmios no México e busca a quarta vitória consecutiva no Autódromo Hermanos Rodríguez, no domingo.

O Touro Vermelho O piloto teve uma preparação difícil para a qualificação, sofrendo de problemas no motor que limitaram a sua corrida na sexta-feira, antes de reclamar de falta de aderência no treino final. Mas o holandês ficará encantado por ter conseguido se preparar para a qualificação e espera manter Norris afastado na longa descida de 768 metros até a curva um.

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George Russell será o quinto colocado pela Mercedes, uma posição à frente de seu companheiro de equipe Lewis Hamilton. Norris não terá o apoio de Oscar Piastri depois que o australiano sofreu uma queda dramática na forma, sendo eliminado na primeira parte da qualificação depois de ter sido o mais rápido no treino final poucas horas antes.

Em um golpe para a candidatura da McLaren ao título de construtores, Piastri qualificou-se apenas em 17º e foi acompanhado na eliminação no Q1 por Sergio Pérez. O mexicano, que admitiu na quinta-feira ter passado por uma “temporada terrível”, decepcionou o forte apoio da casa ao terminar em 18º lugar, à medida que a pressão sobre seu futuro na Red Bull se intensifica. A McLaren lidera a Red Bull por 40 pontos, com Ferrari apenas mais oito pontos atrás.



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