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veja os números mais sorteados, análise estatística e dicas para apostadores

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lotomania caixa federal

A Lotomania continua sendo uma das principais opções para milhões de brasileiros que sonham com prêmios milionários. Em 2024, até o concurso 2697, realizado em 8 de novembro, algumas dezenas se destacaram pela frequência com que apareceram nos sorteios. Apostadores atentos ao histórico das loterias buscam padrões que possam auxiliar na escolha de números, embora o caráter aleatório da loteria não ofereça garantias.

Com o crescimento do interesse por dados estatísticos e estratégias de aposta, muitos jogadores têm se voltado para os números mais frequentes, criando listas e comparações para cada sorteio. Esse artigo oferece uma visão detalhada sobre os números mais sorteados da Lotomania em 2024 e apresenta uma análise histórica dos números que mais apareceram ao longo dos anos. Aqui, abordaremos dados específicos e estratégias que podem ser relevantes para quem deseja aumentar suas chances no jogo.

Números mais sorteados em 2024

Em 2024, a Lotomania já realizou 131 sorteios até o mês de novembro, cada um trazendo 20 números aleatórios entre 00 e 99. Entre as dezenas mais sorteadas neste ano, destacam-se os números 47, 49, 17, 43 e 41. Estes números, que apareceram em diversos concursos ao longo do ano, chamam a atenção dos jogadores, pois é comum que muitos apostadores recorram aos números mais frequentes para suas apostas, acreditando em uma possível vantagem ao seguir essa linha.

Os dados são indicativos de que, ao menos até agora, alguns números tendem a aparecer com maior frequência nos sorteios, mas vale lembrar que a cada novo concurso todos os números possuem a mesma chance de serem escolhidos, independentemente do histórico de aparições. Mesmo com essas informações em mãos, é fundamental que os apostadores compreendam a aleatoriedade do jogo e mantenham expectativas realistas.

A Lotomania também permite que o jogador escolha até 50 números para apostar, o que aumenta as chances de acertar uma quantidade considerável de dezenas, mas não elimina a imprevisibilidade do resultado. Utilizar os números mais sorteados é uma tática adotada por alguns, mas não há evidência de que isso garanta um resultado positivo.

Análise histórica dos números mais sorteados

A análise dos números sorteados ao longo dos anos revela que certos números aparecem com mais frequência nos resultados da Lotomania. Desde o primeiro sorteio, realizado em 1999, até o concurso 2695 de 2024, alguns números, como 47, 49, 17, 43 e 41, são recorrentes. Esse padrão pode ser interessante para aqueles que estudam as estatísticas e procuram incorporar essas informações em suas apostas.

O número 47, por exemplo, já foi sorteado em mais de 250 concursos desde o início da Lotomania, destacando-se como um dos mais frequentes na história da loteria. O número 49, que também se encontra entre os mais sorteados, aparece frequentemente em várias listas e análises que exploram os resultados dos sorteios. Essa repetição pode parecer intrigante para muitos, mas os especialistas alertam que, em jogos de azar, a sequência passada de resultados não influencia os próximos concursos.

Outro ponto importante é a volatilidade desses números. Mesmo que certas dezenas se mostrem mais frequentes em um ano específico, como 2024, isso não garante que elas continuarão a aparecer nos próximos sorteios. Ainda assim, para jogadores que preferem ter um direcionamento estatístico, focar nos números mais sorteados é uma escolha comum.

Estratégias baseadas em estatísticas e frequência

Apesar da aleatoriedade da Lotomania, muitos apostadores preferem adotar estratégias que consideram as frequências dos números sorteados. Abaixo estão algumas práticas comuns entre os jogadores que seguem essa linha de raciocínio:

  1. Escolher números frequentes: Muitos apostadores incluem os números mais sorteados em seus jogos, como os já mencionados 47, 49, 17, 43 e 41. A ideia é que, se esses números apareceram frequentemente, podem continuar a surgir nos sorteios.
  2. Diversificar as apostas: Além de apostar nos números mais sorteados, muitos jogadores preferem combinar números frequentes com outros menos comuns, na tentativa de criar um equilíbrio e aumentar as chances de ganho.
  3. Participar de bolões: Participar de apostas coletivas (bolões) permite que os jogadores apostem em um maior número de combinações sem precisar aumentar o investimento individual. Essa estratégia é popular entre os apostadores da Lotomania.
  4. Analisar o histórico de sorteios recentes: Muitos jogadores revisam os últimos concursos antes de fazer suas apostas, procurando padrões ou tendências que possam servir como guia.
  5. Usar sistemas de apostas: Os sistemas de apostas são métodos que permitem a combinação de mais números do que o normal, aumentando as chances de acertar uma quantidade significativa de dezenas. Contudo, isso eleva o custo da aposta.
  6. Apostar com responsabilidade: Embora essas estratégias possam ajudar, é essencial lembrar que a loteria é um jogo de azar. Nenhuma tática garante a vitória, e as apostas devem ser feitas com cautela.

Utilização de sistemas de aposta na Lotomania

A Lotomania permite que o jogador utilize sistemas de apostas para aumentar o número de combinações. Isso significa que, em vez de escolher 50 números, o apostador pode expandir a aposta para cobrir mais dezenas. Essa prática eleva o custo do bilhete, mas aumenta a probabilidade de acertos em uma ou mais faixas de prêmio.

Esses sistemas de apostas podem ser vantajosos para jogadores que desejam maximizar suas chances de vitória sem precisar depender unicamente dos números mais sorteados. No entanto, mesmo com sistemas de apostas, é importante que o jogador tenha uma estratégia clara e jogue com responsabilidade, visto que as chances de acerto permanecem relativamente baixas devido à natureza aleatória dos sorteios.

Riscos e expectativas ao apostar na Lotomania

É fundamental que os apostadores tenham em mente que cada sorteio da Lotomania é um evento independente, no qual todos os números possuem a mesma probabilidade de serem sorteados. Embora as estatísticas dos números mais frequentes sejam interessantes e possam influenciar as escolhas de alguns jogadores, é importante reconhecer os limites dessa abordagem.

Além disso, as loterias são regulamentadas e projetadas para serem um jogo de azar, o que significa que a probabilidade de acerto é baixa, independentemente da estratégia utilizada. Assim, muitos especialistas recomendam que as apostas sejam vistas como uma forma de entretenimento e não como uma fonte de lucro garantida.

Por fim, os jogadores devem considerar que a Lotomania e outras loterias oferecem prêmios altos, mas a possibilidade de ganhar requer sorte, e a quantidade investida nas apostas deve ser controlada para evitar prejuízos financeiros.

Dicas para uma aposta mais consciente

Para quem deseja participar da Lotomania e aumentar as chances de sucesso, sem perder a visão realista sobre o jogo, seguem algumas recomendações:

Conclusão prática para apostadores da Lotomania

Analisar os números mais sorteados da Lotomania em 2024 pode oferecer uma base interessante para apostadores que desejam explorar diferentes possibilidades e estratégias. Os números mais frequentes, como 47, 49, 17, 43 e 41, podem servir de guia para aqueles que buscam padrões e querem apostar de forma estratégica, ainda que sem garantias de vitória.

Os jogadores devem sempre ter em mente que o sorteio é aleatório e que, mesmo com dados e estatísticas, a loteria é uma questão de sorte. Aproveitar o jogo de forma consciente e responsável é essencial para garantir uma experiência positiva na Lotomania.



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Brasileira que criou aplicativo da felicidade no trabalho, após trauma, fatura R$ 500 mil

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Francisco é um cachorro cantor, que faz dueto com a tutora Alessandra, de Tocantins. - Foto: Alessandra Araújo

Brasileira que criou aplicativo da felicidade no trabalho, após trauma, fatura R$ 500 mil

A brasileira Flávia da Veiga, de 48 anos, transformou o trauma em inovação: ela criou um aplicativo para promover a felicidade nos ambientes de trabalho.

De Vitória, Espírito Santo, a publicitária que já era bem sucedida, enfrentou a depressão em 2016. Depois de parte do prédio que morava desabafar, Flávia se viu com estresse pós-traumático e tudo desandou.

Mas a capixaba se reinventou e em 2020 lançou a plataforma BeHappier, que hoje atende mais de 24 empresas. Combinando ciência da felicidade e práticas corporativas, ela desenvolveu o app que, depois de aulas sobre o bem-estar, mede os níveis de felicidade dos funcionários de uma empresa. Deu super certo!

Do trauma a ideia

Formada na Universidade Federal do Espírito Santo, Flávia chegou ao ápice da carreira sendo gerente de comunicação da Embratel. Além disso, era sócia de uma agência por 14 anos.

Mas dinheiro não traz felicidade e Flávia sabia bem disso. Infeliz no emprego, teve que lidar com o baque quando a área de lazer do condomínio onde ela morava desabou.

“Ouvi um estrondo e olhei pra baixo: tudo estava destruído, pensei que o prédio ia cair e eu morreria soterrada. Fui diagnosticada com estresse pós-traumático e depressão. Senti que era uma segunda chance de ser feliz, mas eu não sabia como ser feliz”, disse em entrevista ao Estadão.

Foi estudar

A mudança veio. Para ajudar no tratamento contra as doenças, a publicitária decidiu estudar sobre a felicidade.

Fez cursos nas universidades da Califórnia, Harvard e Yale. Durante o período, Flávia aprendeu sobre psicologia e ciência da felicidade.

Segura de si, era a hora de pôr em prática tudo que descobriu.

“Entendi que tudo depende de como nosso cérebro interpreta os acontecimentos e a realidade. Comecei a perceber que existia um negócio por trás e entendi a economia da felicidade.”

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O início da BeHappier

Em 2018, deu o primeiro passo: desenvolver um aplicativo para uma multinacional para ajudar a formar hábitos de felicidade. Aí começava a estruturação da BeHappier.

Ao longo do percurso, mais um baque. Em 2019, o filho de Flávia foi baleado e perdeu os movimentos das pernas.

“Foi o momento mais doloroso e sofrido da minha vida, mas senti que consegui passar por ele com mais força, porque eu tinha aprendido a ser resiliente e a lidar com desafios. Eu uso a minha experiência para criar conexão emocional com as pessoas, porque peguei a minha dor para ajudar a minimizar a dor do próximo e mostrar que é possível ser feliz”, confessou.

Foco na felicidade

Mas desistir não estava no dicionário de Flávia. Ela persistiu e, em 2020, saiu da sociedade da agência para investir todo o tempo na BeHappier.

O aplicativo funciona com três etapas. A primeira parte é a assimilação dos conteúdos, com aulas teóricas.

No segundo momento, os usuários fazem as atividades práticas. Por último, os exercícios de repetição, para que o conteúdo seja fixado.

“A BeHappier oferece treinamentos, como o módulo voltado para atividades físicas, mas também estimula as empresas a adotarem outras iniciativas voltadas ao bem-estar e rituais que permitam que isso seja aplicado no ambiente corporativo”, explicou.

Durante todo o programa os funcionários são avaliados com a “Escala de Bem-Estar Afetivo no Trabalho”.

IA ajuda

Hoje, Flávia olha para trás e vê que não desistir deu certo. O faturamento em 2023 foi de R$ 517 mil.

Já são mais de 24 empresas e 300 usuários. Para o próximo ano, a CEO quer espalhar ainda mais o bem.

A inteligência artificial também está presente no processo. A empresa tem uma ferramenta treinada com materiais sobre felicidade. Assim, o atendimento pode ser personalizado para cada trabalhador.

“A ferramenta vai aprender o comportamento do usuário e antecipar algumas reações. Se a pessoa dormiu mal, por exemplo, a IA vai reconhecer que ela pode ficar mais irritada e sugerir atividades para aliviar o estresse antes mesmo de acontecer algo de fato”, finalizou.

Ao longo de todo o treinamento, os trabalhadores são avaliados por uma escala interativa. – Foto: BeHappier



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Météo France anuncia “poderoso período moderado” para este fim de semana após a passagem da tempestade Caetano

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Météo France anuncia “poderoso período moderado” para este fim de semana após a passagem da tempestade Caetano

Foto da ponte Alexandre III no meio de uma tempestade de neve em Paris, 21 de novembro de 2024.

Do início do inverno ao início da primavera. A Météo France anunciou uma recuperação espetacular das temperaturas em França neste fim de semana, ao mesmo tempo que alertava para fortes rajadas de vento esperadas no norte do país.

“Depois de uma manhã de sábado ainda fria, com geadas frequentes, desta vez atingindo o Sudoeste, localmente fortes, um poderoso período ameno ocorrerá durante o dia com temperaturas subindo acentuadamente impulsionadas por uma corrente de Sudoeste, com uma perturbação que afetará marginalmente as costas do Canal”, anunciou Météo França.

O aumento das temperaturas é esperado a partir de sábado e deve continuar no domingo com “notável suavidade e temperaturas máximas podem aproximar-se dos 20°C no Norte e dos 25°C no País Basco”.

Este espectacular período ameno surge após a passagem da tempestade Caetano que atingiu duramente parte do país. Cerca de 47 mil casas permaneciam sem eletricidade na manhã de sábado, principalmente na Normandia e no Pays de la Loire. Na noite de sexta-feira, eram cerca de 75 mil. A gestora da rede elétrica, Enedis, lembrou ter mobilizado antecipadamente 2.200 dos seus técnicos e 400 prestadores de serviços, especificando que estes. “foram mobilizados para reparações desde que estejam reunidas as condições de segurança de viagem”após este primeiro episódio de neve da temporada, durante o qual os ventos sopraram até 130 km/h.

Embora a vigilância laranja tenha sido levantada na sexta-feira, vários departamentos permanecem em alerta amarelo por neve e gelo, mas também por rajadas de vento. Caetano mal tinha saído, a prefeitura marítima de Cherbourg alertou para a chegada da depressão Bert que poderia explodir “na fachada do Canal do Mar do Norte” até meio-dia de sábado, com ventos de 7 a 8 (50 a 70 km/h) e “rajadas fortes”.

Na sexta-feira, a Météo France explicou que a tempestade Caetano tinha “causou um primeiro episódio de inverno, no início da temporada, com ventos violentos e neve”. “Sob a influência de uma descida do ar polar, as temperaturas caíram para níveis dignos de um mês de janeiro”especificou a organização ao meio-dia.

Leia também | Artigo reservado para nossos assinantes Todos nós nos tornamos “maníacos do clima”?

O mundo com AFP

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‘Russos dizem que vieram para libertar’ – DW – 23/11/2024

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‘Russos dizem que vieram para libertar’ – DW – 23/11/2024

Lyubov, de setenta anos, foi a primeira pessoa a aproximar-se da fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia. Arrastando a mala, ela passou pelas barreiras antitanque até chegar à cabana dos voluntários. Estava quente lá dentro; um dos voluntários estava fazendo café. Lyubov tirou batom vermelho da bolsa e retocou a maquiagem.

Aposentado, Lyubov é natural de uma aldeia próxima Mariupolque está agora sob controle russo. Seus filhos e netos moram em Odesa. Antes do invasão em grande escala pela Rússia em 2022, ela visitava os filhos em Odesa várias vezes por ano. “Eu pegaria o ônibus e chegaria lá pela manhã”, disse ela.

Quando o exército russo ocupou parte do leste e do sul da Ucrânia, a família foi dividida pela linha de frente. Agora, os viajantes das regiões ocupadas para Odesa têm de viajar através da Rússia e depois da Bielorrússia e têm de regressar através da União Europeia.

Todos os postos de controlo da Crimeia, que foi anexada pela Rússia em 2014, e das autodeclaradas “Repúblicas Populares” da Donetsk e Lugansk estão fechados. A última passagem de fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, no Região de Sumyfechado em agosto devido aos combates na região vizinha de Kursk.

Os residentes das regiões ocupadas pela Rússia só podem agora entrar no território controlado pela Ucrânia na fronteira noroeste com a Bielorrússia, através da passagem entre as aldeias de Mokrany e Domanove. A maioria das pessoas que chegam por aqui não tem os passaportes ou o dinheiro necessários para entrar na União Europeia.

Viagem longa e cara

Esta é a primeira vez que Lyubov deixa os territórios ocupados. “Achei que tudo isso acabaria em breve”, disse ela, “mas não foi assim que aconteceu”. Ela sente falta dos filhos e netos, que não via há três anos. E agora, disse ela, não tem mais forças para preparar a lenha de que necessita para o inverno. “Não tenho mais ninguém lá”, disse Lyubov.

A viagem de ônibus de dois dias pela Rússia e Bielorrússia custa 300 euros (310 dólares). Os viajantes tiveram que caminhar os 2 quilômetros finais (1,2 milhas). “Graças a Deus, nossos guardas de fronteira colocaram minha mala em um carrinho”, disse Lyuobov.

No posto de controle, Lyubov foi interrogado por autoridades ucranianas. Ela reconheceu que também tem passaporte russo. É a única forma de reclamar a sua pensão. “Recebo 16 mil rublos (147 euros/153 dólares), mas o carvão para aquecer o fogão custa 40 mil rublos”, disse Lyubov. “Então tive que economizar e passar fome por quase três meses para pagar a lenha e a eletricidade também.”

Uma mulher com um casaco quente e chapéu de lã sentada em uma mesa em frente a painéis de madeira pintados de branco com um celular, sorrindo amplamente
Lyubov fala com seu filho após cruzar para a UcrâniaImagem: Hanna Sokolova-Stekh/DW

‘Por que você não quer ficar na Rússia?’

Irina estava à espera no lado ucraniano do posto de controlo para recolher a sua sogra de 83 anos, que tinha viajado de Luhansk, cuja casa tinha sido requisitada pelas forças de ocupação russas. “Ela foi expulsa de sua própria casa”, disse Irina, acrescentando que tentou lutar para manter a casa, até mesmo chamando os militares russos. “Um homem que se apresentou como coronel Alexei acabou de dizer que minha sogra deveria entregar as chaves”, disse ela.

Ela se preocupava se a sogra sobreviveria à viagem; a sua saúde deteriorou-se durante o conflito e a ocupação, disse ela. Quando a sogra de Irina chegou ao posto de controle, ela vasculhou as malas em busca do passaporte e começou a entrar em pânico. A nora e os voluntários tentam acalmá-la. Finalmente ela o encontra. Este posto de controle é a maneira mais rápida e barata de ela entrar no território controlado pela Ucrânia. Muitas pessoas vêm para cá porque os ucranianos podem passar mesmo sem documentos de identidade.

A viagem continua depois que os viajantes cruzam o território controlado pela Ucrânia. Freqüentemente, faltam centenas de quilômetros a mais para suas famílias e amigos. Alina, de 23 anos, que se mudou de Mariupol para Odesa antes da invasão russa, regressava à Ucrânia depois de visitar os pais na sua cidade natal pela primeira vez em três anos. “Eles estão sobrevivendo”, disse Alina sobre seus pais. Sua mãe trabalha em um salão de cabeleireiro e seu pai é construtor. “Não há outros empregos lá agora”, disse Alina.

Visto por trás, um homem alto, vestindo um anoraque esverdeado, dá o braço a um homem idoso, vestido de preto, que carrega uma bengala. Eles estão se afastando de uma van prateada estacionada, que tem um logotipo na frente que diz "Ajudando a sair"
Ucranianos no posto de controle Mokrany-DomanovoImagem: Hanna Sokolova-Stekh/DW

Para chegar a Mariupol, Alina viajou pelo oeste da Ucrânia, Polónia, Bielorrússia e Rússia. Esta viagem de cinco dias custou-lhe cerca de 700 euros. Ela não teve problemas para entrar na Rússia e nos territórios ocupados porque está registrada nas autoridades locais. “A Mariupol que eu conhecia não existe mais”, disse Alina. Ela balançou a cabeça, lembrando-se do que o guarda de fronteira russo disse ao deixar a região ocupada: “Por que você não quer ficar na Rússia?”

‘Estou na Ucrânia!’

As pessoas recebem certificados de entrada assim que chegam. Dos voluntários, eles também recebem um auxílio monetário pontual, fornecido pelo Conselho Norueguês para Refugiadose um pacote inicial de uma operadora de celular. Imediatamente, eles ligam para seus parentes. “Estou na Ucrânia!” um homem idoso chamado Oleksandr gritou com lágrimas nos olhos. Ele estava ligando para a esposa, que havia chegado a Kyiv alguns dias antes.

O casal deixou a cidade de Alchevsk, em Luhansk. Oleksandr foi rejeitado na fronteira com a Estónia porque não tinha passaporte ucraniano, por isso passou pela Bielorrússia. Questionado se queria voltar para Alchevsk, ele disse: “Todos os meus parentes se foram. Costumávamos consumir 50 potes de pepinos em conserva a cada inverno. Agora há potes cheios deles no porão”.

Ucranianos seguem caminho árduo saindo de regiões ocupadas pela Rússia

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As pessoas aglomeravam-se em torno de um ônibus que as levaria a Kovel, a cidade mais próxima. Oleksandr falou sobre seus gatos, que teve que deixar com os vizinhos. “Algumas pessoas pensam que somos traidores, mas ninguém consegue ver as nossas almas”, disse ele, carregando as malas no ônibus. “Posso assegurar-vos”, acrescentou, “muitas pessoas estão à espera da Ucrânia.”

‘Tínhamos uma vida boa naquela época’

Volodymyr, de 59 anos, viajou direto de um hospital em Skadovsk, no sul do Oblast de Kherson. Originário de um vilarejo próximo à cidade de Oleshky, ele foi hospitalizado há alguns meses quando um drone explodiu em seu jardim. “O lugar inteiro estava voando perto dos meus ouvidos!” ele disse.

Volodymyr sofreu uma lesão na coluna e quebrou costelas. Agora ele quer continuar o tratamento médico na cidade de Kherson. Fica do outro lado do rio Dnipro, em frente a Oleshky – na região controlada pela Ucrânia. Ele tem família esperando por ele lá: uma filha, três netos e duas irmãs. Ele costumava visitá-los com frequência; a viagem durou apenas uma hora. “Estou viajando há quase duas semanas”, disse Volodymyr.

homem com chapéu e jaqueta de lã escura, com um grande bigode preto, destacando-se ao ar livre
Volodymyr, ferido em um ataque de drone, viajou duas semanas para chegar até sua família em KhersonImagem: Hanna Sokolova-Stekh/DW

“Os russos dizem que vieram para nos libertar”, disse ele. “Mas tínhamos uma vida boa naquela época e tínhamos trabalho. O drone destruiu minha cozinha. Não sei como é lá agora. Talvez eu não tenha mais casa.”

‘Não podemos ser culpados por ficar’

Naquele dia, havia quatro ônibus levando 44 passageiros para Kovel. Quando chegassem, seriam levados para um abrigo de emergência administrado por uma igreja. Lá, eles seriam alimentados e ajudados na compra de passagens de trem ou ônibus para a viagem seguinte. Aqueles que não viajassem até o dia seguinte poderiam passar a noite.

Lyubov queria descansar antes de viajar para Odesa. Ela planeja voltar para sua aldeia perto de Mariupol na primavera. Mas só é possível atravessar o posto de controlo de Mokrany-Domanove num sentido: para a Ucrânia. Lyubov terá de viajar de regresso através da União Europeia, o que significa que a sua viagem será mais longa e mais cara.

Ela teme perder sua casa se permanecer em Odesa. As autoridades de ocupação estão a confiscar casas e apartamentos desocupados que não foram registados novamente de acordo com os regulamentos russos. Esta é uma das razões pelas quais os ucranianos regressam aos territórios ocupados. “Não podemos ser culpados por ficar”, disse Lyubov. Ela não suporta pensar em não poder voltar para casa. “Não quero que minha casa seja tirada de mim: todas as minhas coisas, minhas fotos”, disse ela. “Não quero ninguém vasculhando-os.”

Este artigo foi escrito originalmente em russo.



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