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Veja quem são os alvos da 3ª fase da operação Ptolomeu que foram afastados dos cargos no Acre

Na foto, 18 dos 34 investigados do Acre na terceira fase da Operação Ptolomeu — Foto: Reprodução.

Trinta e quatro pessoas são alvos da terceira fase da Operação Ptolomeu, deflagrada nesta quinta-feira (9), e foram afastadas dos cargos por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme lista obtida pela Rede Amazônica.

Secretarias do estado do Acre estão sendo alvos de busca e apreensão desde as primeiras horas desta quinta.

Esta fase da operação foi deflagrada a partir de investigações da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República, da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União. Em nota, o governo do Acre informou não foi solicitada ao governador Gladson Cameli a entrega de celulares e que os documentos vão ser entregues dentro do prazo solicitado pelas autoridades policiais.

Entre os afastados estão:

  1. Amarildo Martins Camargo: Ex-chefe da Casa Militar do Acre
  2. Ana Paula Correia da Silva Cameli: Ex-esposa do governador Gladson Cameli e titular do Gabinete da Primeira Dama
  3. Anderson Abreu de Lima – Ex-secretário da Indústria, Ciência e Tecnologia e que também é tio do governador
  4. Rosângela da Gama Pereira Pequeno – Ex-assessora de Gabinete do Governador e atualmente trabalha como assessora técnica de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC) com salário de mais de R$ 11 mil.
  5. Carlos Augusto Da Silva Negreiros: Atual Chefe da Casa Militar do Acre
  6. Petrônio Aparecido Chaves Antunes – Presidente do Departamento de Estradas e Rodagens (Deracre)
  7. Cirleudo Alencar de Lima: Secretário Estadual de Obras Públicas
  8. Ricardo Augusto França da Silva – Secretário de Relações Federativas – SERF (escritório em Brasilia)
  9. Daniel Braga da Rocha: Diretor de Administração e Finanças da Secretaria de Saúde do Acre
  10. Diego Soares do Nascimento – Policial Militar do Acre
  11. Eduardo Braga da Rocha: Ex-chefe de Departamento da Casa Civil
  12. Fernanda de Souza Lima – Chefe do Controle Interno na Casa Civil
  13. Fernando Daniel Farias da Conceição – Auditor do TCE-AC – Ex-diretor de Obras Públicas (Casa Civil)
  14. Francisco Jurandir de Lima Victor – Servidor Comissionado no Estado (CEC-7)
  15. Garisson Plinio Sarah Messias – Diretor de Acompanhamento de Contratos de Terceirização – Casa Civil
  16. Glayton Pinheiro Rego – Fiscal de Obras – Servidor Departamento de Estradas de Rodagens do Acre (Deracre)
  17. Jader Maia Sobrinho – Diretor Financeiro do Serviço de Água e Esgoto do Estado Acre (Saneacre)
  18. Jerffson Luiz Pereira de Oliveira – Servidor Comissionado no Estado (CEC-7)
  19. João Lima de Souza – Servidor Comissionado no Estado (CEC-7)
  20. José Aristides Junqueira Franco Junior – Ex-secretário de Produção e Agronegócio – SEPA
  21. José Rafael da Silva – Fiscal de Obras – servidor Departamento de Estradas de Rodagens do Acre (Deracre)
  22. José Teixeira de Lima Júnior – Fiscal de Contratos na Secretaria de Produção e Agronegócio
  23. Luís Miguel De Oliveira Aguiar – Diretor na Sejusp – Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp)
  24. Luiz Guilherme Rodrigues De Mello – Diretor de Planejamento e Pesquisa no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-AC)
  25. Luiz Victor Diniz Bonecker – Diretor na Secretaria de Habitação e Urbanismo – SEHURB
  26. Narah Gleid Mazzaro Nascimento – Fiscal de Contratos do Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC)
  27. Nathan Muniz de Oliveira – Servidor Comissionado no Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen)
  28. Ociraldo Florêncio de Souza Junior – Servidor Comissionado na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac)
  29. Rostenio Ferreira de Souza – Engenheiro do DERACRE – Fiscal de Contratos e Obras
  30. Saymo de Paula Silva – Policial Militar
  31. Uilisnei de Oliveira Lanzoni – Policial Militar
  32. Vinicius Otsubo Sanchez – Ex-diretor da Secretaria de Planejamento do Acre
  33. Wellkson Willon Reis – Ex-assessor Jurídico do Programada de Desenvolvimento Sustentável do Acre (PDSA)
  34. Sebastião da Silva Rocha – Servidor Comissionado da Casa Civil

Servidor da CGU e policiais federais fazem busca em apartamento como parte da operação Ptolomeu III — Foto: Polícia Federal/Reprodução

Operação Ptolomeu

A operação contra corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula do governo do Acre, intitulada “Ptolomeu”, chegou à sua terceira fase nesta quinta-feira (9), com o cumprimento de 89 mandados de busca e apreensão em seis estados e no Distrito Federal.

A ação foi iniciada em 2021 e investiga, entre outros, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP). A terceira fase da operação foi deflagrada a partir de investigações da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República, da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União.

Em nota, o governo do Acre informou não foi solicitada ao governador a entrega de celulares e que os documentos vão ser entregues dentro do prazo solicitado pelas autoridades policiais. Os advogados do governador também emitiram uma nota à imprensa, dizendo que irão recorrer das medidas cautelares.

A TV Globo apurou que Cameli não é alvo direto das buscas desta quinta, mas foi alvo de outras sanções definidas pelo STJ:

  • não poderá fazer contato com outros alvos da investigação;
  • não poderá deixar o país;
  • terá de entregar o passaporte à Justiça em até 24 horas.

O pai de Gladson, Eladio Cameli, e um irmão do governador, Gledson Cameli, também são investigados na operação.

STJ determinou o bloqueio de R$ 120 milhões em bens dos investigados, incluindo valores em contas bancárias, aeronaves, casas e apartamentos de luxo. Segundo a PF, o cumprimento dos mandados envolve mais de 300 policiais federais nesta quinta.

Além do Acre, os mandados são cumpridos nos estados:

  • Amazonas;
  • Goiás;
  • Piauí;
  • Paraná;
  • Rondônia;
  • Distrito Federal.

 

No Acre, equipes da PF fizeram buscas em gabinetes da Casa Civil, Secretaria de Fazenda do estado e outros órgãos — Foto: Arquivo.

No Acre, segundo apurado pela Rede Amazônica, equipes da PF fizeram buscas na:

  • Casa Civil
  • Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz)
  • Secretário de Estado de Obras Públicas (Seop)
  • Secretaria de Estado da Saúde (Sesacre)
  • Departamento de Estradas de Rodagens do Acre (Deracre)
  • Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf)
  • Tribunal de Contas do Acre (TCE-AC)

 

Sobre a presença da PF na sede do TCE-AC, a Corte de Contas informou, em nota, que se tratou de um “mandado específico direcionado a servidor efetivo deste tribunal”, ocupante do cargo de auditor de controle externo e que “à época dos fatos investigados encontrava-se cedido ao governo estadual.”

Ressarcimento aos cofres públicos

Nesta terceira fase da operação, o objetivo é bloquear bens para, no futuro, ressarcir os cofres públicos. Além do bloqueio dos itens de luxo, a decisão do STJ prevê:

  • 34 afastamentos de cargo ou função pública;
  • 57 proibições de contato com investigados e acesso a órgãos públicos;
  • 57 entregas de passaporte;
  • 70 quebras de sigilo bancário e fiscal;
  • 15 empresas com atividades econômicas suspensas.

 

A PF e a PGR não divulgaram quem são os alvos de cada uma dessas medidas. A operação tramita em sigilo no STJ.

Fases anteriores da operação

Em dezembro de 2021, Cameli já tinha sido alvo da primeira fase da operação. O político se elegeu governador do Acre em 2018 e foi reeleito para um segundo mandato no ano passado. Na época, 41 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão foram deflagrados. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), que autorizou a operação, também determinou o afastamento das funções públicas dos envolvidos.

De acordo com a PF, na operação da época, foram apreendidos, no total:

  • Seis veículos, estimados em R$ 1,7 milhão;
  • R$ 600 mil em espécie, entre dólares, euros e reais;
  • 33 relógios e 10 joias de alto valor, totalizando mais de R$ 1 milhão, aproximadamente;
  • R$139 mil reais em celulares apreendidos.

 

Também em 2021, Gladson Cameli afirmou que tinha a consciência “tranquila” e que a polícia estava cumprindo seu papel de apurar denúncias.

“Quem não deve, não teme. Não devo, não temo e quero que fique até o final, se tiver coisa errada vai para a rua [o servidor] e tem que prestar contas à sociedade, porque é dinheiro público”, disse à época.

Já na segunda fase, deflagrada ainda em dezembro de 2021, a PF disse que foi detectado que servidores públicos estavam obstruindo a investigação. Um vídeo, que a Rede Amazônica teve acesso com exclusividade, mostrava as investigadas ocultando celulares durante a deflagração da 1ª fase da ação.

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