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Venezuela denuncia veto do Brasil à sua integração ao grupo

Venezuela denuncia veto do Brasil à sua integração ao grupo

O presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante uma cerimônia oficial de boas-vindas aos chefes de delegação na cúpula do BRICS em Kazan, Rússia, em 23 de outubro de 2024.

A Venezuela, que pretendia integrar os BRICS durante a cúpula de Kazan, na Rússia, denunciou, quinta-feira, 24 de outubro, o veto oposto pelo Brasil à sua adesão, castigando uma “assalto”.

O venezuelano “contou com o apoio e respaldo dos países participantes desta cimeira para a formalização da sua adesão”explicou o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela em comunicado à imprensa. Mas “a representação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (…) decidiu manter o veto que (ex-presidente brasileiro de direita Jair) Há anos que Bolsonaro se candidata à Venezuela, reproduzindo assim o ódio, a exclusão e a intolerância promovidos pelos centros de poder ocidentais para impedir, por enquanto, a entrada da Venezuela”. nos BRICS, denunciou.

Isso é “uma ação que constitui agressão contra a Venezuela e um gesto hostil (…) O povo venezuelano sente indignação e vergonha com esta agressão inexplicável e imoral do Itamaraty, que mantém a pior das políticas de Jair Bolsonaro contra a Revolução Bolivariana.castigou ainda mais o ministério.

As relações entre Brasília e Caracas ficaram tensas nas últimas semanas após a contestada reeleição em julho do presidente Nicolás Maduro na Venezuela, onde a oposição chama de fraude e reivindica vitória. Os dois países romperam relações em 2019 durante os anos Bolsonaro (2019-2022), mas as relações diplomáticas foram retomadas no início de 2023 com o regresso ao poder do presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva. Este último, que tentou ser mediador na crise política venezuelana, propondo em vão novas eleições, ainda não reconheceu a reeleição de Maduro, pedindo, tal como a oposição, a publicação das atas das assembleias de voto.

Piora as relações entre os dois países

Questionado sobre a disputa entre Brasília e Caracas em Kazan, o presidente russo Vladimir Putin, um aliado próximo de Maduro, disse “Espero que a situação se resolva”insistindo, no entanto, no facto de que um consenso era essencial para que um novo país fosse admitido no BRICS. “A Venezuela luta pela sua independência, pela sua soberania. Consideramos que o Presidente Maduro venceu as eleições e venceu-as honestamente. E desejamos-lhe sucesso”acrescentou Putin.

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Apanhado numa crise económica sem fim, agravada pelas sanções americanas, impostas devido à “repressão” da oposição, a Venezuela procurava há meses integrar os BRICS, com Maduro repetindo incansavelmente o seu apego a uma “mundo multipolar” e sua hostilidade a Washington. O Conselho Nacional Eleitoral, considerado por ordem dos detentores do poder, declarou Maduro o vencedor das eleições presidenciais, sem dar detalhes dos votos, alegando ter sido vítima de pirataria informática.

Já tensa, a relação entre Caracas e Brasília piorou ainda mais em setembro, quando Caracas revogou a autorização dada ao Brasil para representar a Argentina no país e, em particular, para administrar a residência da embaixada onde seis refugiados são líderes da oposição venezuelana desde março. Brasília, que administrava a residência desde agosto e o rompimento das relações entre Venezuela e Argentina, havia convocado Caracas “a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina”então cercado pela polícia.

O mundo com AFP



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