No município de Tarauacá, a disputa pela presidência da Câmara de Vereadores está na reta final e tudo indica a vitória de Pedro Claver de Souza Freire (PSD), que concorre contra o atual presidente, Francisco Feitoza Batista (PDT), Chico Batista.
6 CONTRA 5
O atual presidente Francisco Feitoza Batista (PDT), Chico Batista, conta com o apoio de 4 vereadores, o atual vice-presidente Luzivaldo de Jesus Araújo, e dos vereadores Arife Rego Eleamen, Neirimar Cornélia de Jesus Lima e Valdorzinho Vieira do Ó.
Já Pedro Claver tem o apoio de cinco vereadores: José Manoel dos Santos, Carlos Alberto Reis de Souza, Maria Gleciane Silva de Lima, José Manoel Dourado de Oliveira e Manoel Jerônimo Bento da Silva.
O atual presidente, Chico Batista, ainda não fixou a data da eleição da Mesa Diretora.
DESAFIOS
Claver Freire (PSD) enfrentará muitos desafios pela frente, mesmo com o apoio de cinco vereadores ao seu lado.
A primeira missão será buscar alternativas de solução para o prédio da Câmara, ameaçado de desabar. O Corpo de Bombeiros entregará um laudo nos próximos dias.
DIÁLOGO COM O MINISTÉRIO PÚBLICO
Outro grande desafio será buscar uma reaproximação institucional com o Ministério Público Estadual. As tensões entre MP e Município poderá prejudicar a gestão de Claver nos próximos dois anos.
Após uma tentativa frustrada, encabeçada por políticos locais ligados à gestão atual, com a finalidade de remover o promotor do município, por sua atuação pró-ativa, a fatura veio cara e será paga no crédito parceladamente.
Claver precisará reconstruir aos poucos o diálogo com o MP. O promotor de justiça Júlio César de Medeiros Silva, da Promotoria Cível de Tarauacá, nunca se recusou a dialogar, e antes de ajuizar ações civis públicas contra a gestão, insistiu em recomendações, ofícios e despachos. A gestão municipal que não ouviu e ignorou o Fiscal da Lei. O resultado, todos já sabem.
IMAGEM INSTITUCIONAL
Outra questão é a imagem institucional e social da Câmara, que passa por um dos seus piores momentos, com alto nível de descredibilidade e rejeição. Com muitas notícias ruins sobre os parlamentares em todos os jornais, Claver deverá tentar reverter a direção do leme e fortalecer a comunicação social e o diálogo com jornais e jornalistas. Ainda dá tempo.
PAUTA INSTITUCIONAL
Esse desgaste e essa erosão na imagem institucional é resultado também da falta de pauta institucional. A Câmara hoje não tem pauta, é um puxadinho do gabinete da prefeita Maria Lucineia Nery de Lima Menezes (PDT). Sem pauta e sem planejamento estratégico, nenhuma gestão será exitosa.
SEGUIR A LEI
O “pacote de bondades” (leis que aumentaram salários e outros benefícios) será anulado mais cedo ou mais tarde pelo Judiciário. Claver, se for inteligente, vai se antecipar e “reiniciar” os projetos de lei em conformidade com as orientações do MP. Não custa nada ouvir as recomendações do MP. Aliás, o promotor Júlio César de Medeiros Silva sempre mostrou-se acessível, por isso na primeira semana que chegou ao Município ele visitou as instituições, colocando-se à disposição (há fotos e matérias que comprovam a vontade inicial de diálogo do promotor). A ruptura ocorreu porque ainda existem gestores inclinados ao crime e às ilicitudes. O MP não tolera criminosos por convicção.
TRANSPARÊNCIA
Outra questão frequentemente questionada, são os gastos da Câmara. É preciso regularizar e regulamentar certas despesas, através de normas internas, resoluções, portarias, leis ou modificações no regimento interno ou lei Orgânica do Município. O cidadão não tolera mais o roubo e a canalhice com o dinheiro público. A Internet não perdoa. E depois, não adianta notinha de esclarecimento ou repúdio.
ATUAÇÃO PARLAMENTAR FOCADA EM OBJETIVOS
Os mandatos precisam de pauta e objetivos fixados por curto, médio e longo prazos, visando seguir uma linha de atuação coerente e compreensível ao entendimento do eleitor. Hoje, é cada vereador por si, e a população pela misericórdia de Deus.
DEUS E POLÍTICA, ANJOS E DEMÔNIOS
Deus não gosta de política. Dizem que política é a “arte da mentira”. Deus não tolera a mentira. A atual gestão municipal que elegeu-se em 2020 sob o discurso religioso, parece, hoje, que está entregue aos piores “anjos e demônios”, onde outras instituições parecem fazer a “caçada” ou a “perseguição” contra as “forças do mal”.
Entretanto, apesar de sermos um país cristão, não é suficiente apenas fé em Deus, na Justiça e no voto popular. É preciso mais que isso.