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Em conquista inédita, artista acreana vence campeonato nacional de Poesia Falada no RJ: ‘não imaginava’

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Medusa AK tem 19 anos, é estudante de Pedagogia e participou do campeonato no Rio de Janeiro na última quinta-feira (19) representando o Acre. Esta é a primeira vez que o estado acreano vence a competição.

Capa: Medusa AK é slammer, tem 19 anos e trouxe título inédito para o cenário artístico do Acre — Foto: Arquivo pessoal.

“Cristina sonhou com muita coisa e a Medusa está realizando tudo por mérito”.

O trecho acima é de um texto publicado pela artista Cristina Santos, conhecida como “Medusa AK”, ao vencer o Campeonato Nacional de Poesia Falada Slam das Minas BR na última quinta-feira (19), durante a Festa Literária das Periferias (Flup), no Rio de Janeiro. Esta é a primeira vez que uma acreana ganha o título nacional e traz o troféu para o estado.

Medusa AK tem 19 anos, é estudante do 2º período de Pedagogia na Universidade Federal do Acre (Ufac) e desde os 15, é envolvida com a poesia falada, que é uma expressão artística que une verso e performance em competições. Ao g1, ela contou que apesar de acompanhar o movimento artístico no início, o interesse em participar ativamente surgiu por acaso.

“Eu saí de casa uma vez para encontrar umas amigas e fui parar na frente do Palácio [Rio Branco] onde estava ocorrendo o Slam, e eu fiquei impressionada porque eu assistia pelo Facebook, mas não sabia que isso existia aqui no Acre. Acabou que eu fiz o meu rolê no Slam, e descobri que no outro dia teria outro campeonato, então eu fui novamente e comecei a me interessar, a escrever as poesias para participar e descobri que tinha um só para mulheres competirem”, comentou.

O movimento a que Medusa faz referência é o Slam das Minas Acre, onde somente mulheres artistas podem competir entre si. A poeta disse que, apesar de ser um ambiente afetuoso e de acolhimento, ela, por ser muito nova, se sentia insegura na época em que começou. Contudo, começou a assistir ativamente e a treinar em casa para trilhar, futuramente, os primeiros passos em competições menores. Mal sabia ela que, a partir da primeira performance, chegaria até à edição nacional pela primeira vez, em 2022, no Rio de Janeiro.

“As pessoas começaram a descobrir que eu estava escrevendo e me preparando para entrar na cena. E nessa eu, simplesmente, fui chamada para o Slam das Minas Acre, sem ter me inscrito. Comecei a chorar, ficar nervosa, mas já tinham chamado, me acolheram. Eu fui na primeira vez e ganhei, mesmo sem querer competir, e aí eu disparei. Como era uma edição especial, ganhei uma vaga para representar o Slam das Minas na competição estadual”, relembrou.

Acre em cena

Na primeira participação nacional da acreana em 2022, Medusa AK recitou poesia exaltando o Acre — Foto: Arquivo pessoal

Na primeira participação nacional da acreana em 2022, Medusa AK recitou poesia exaltando o Acre — Foto: Arquivo pessoal

Esta foi a segunda vez de Medusa no Rio, oportunidade esta que a consagrou como campeã nacional em uma edição que celebra os 15 anos de Slam no Brasil. É um título inédito para o cenário artístico acreano e para a carreira dela, que foi sozinha em busca de um sonho e voltou com a conquista e com muita história para contar em versos.

“Ainda existe uma escassez muito grande de nortistas na cena, quem tem mais visibilidade são as cidades grandes como São Paulo e o Rio de Janeiro, principalmente. Ter ido a primeira vez foi muito forte porque muitas pessoas que estavam no Rio me parabenizaram e falaram da importância de ter representante do Acre. Trazer o título indo no segundo ano foi muito surreal porque eu acreditava, eu treinei para que trouxéssemos pelo menos o pódio para casa. Mas trazer o 1º lugar foi surreal, não imaginava que teria essa capacidade”, disse.

Segundo a jovem, o tema de poesias nestas competições costuma ser livre, desde que não ultrapasse a margem de tempo de três minutos. O preparo foi intenso para que a regra não fosse descumprida. Para tanto, precisou cortar alguns versos das três que apresentou a um público que vibrava, freneticamente, a cada parte que ela recitava.

Medusa recitou três poesias e foi consagrada campeã nacional do campeonato de poesia falada na quinta-feira (19), no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo pessoal

Medusa recitou três poesias e foi consagrada campeã nacional do campeonato de poesia falada na quinta-feira (19), no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo pessoal

Na última fase da competição, quando já estava garantida no pódio e sendo a única da região Norte, ela arrancou, com maestria, cinco notas 10 dos jurados que o colocaram no lugar mais alto: o primeiro lugar.

“A poesia salva vidas, tanto de quem recita como de quem ouve. Muitas vezes, vamos a campeonatos dentro de periferia e as crianças estão assistindo a gente. Por mais que, muitas vezes elas não entendam, mas elas acham bonito e se identificam quando, por exemplo, um poeta está recitando a dificuldade que é não ter o que comer dentro de casa. O movimento hip-hop entende o que acontece dentro das periferias”, frisou.

A artista pretende ser conselheira tutelar para atuar na causa educacional dos pequenos e, principalmente, na importância de se combater o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.

Eu falo da minha infância, que ainda é algo muito forte para mim, e estou nesse processo de cura através da poesia, pois nada melhor do que se curar falando da sua dor. Ninguém esperava que o Acre fosse chegar tão longe e a gente chegou. Esse título é só o primeiro“, enfatizou.

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Ufac homenageia mães servidoras com café da manhã e fotos — Universidade Federal do Acre

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Café das Mães

Para celebrar o Dia das Mães, que ocorre neste domingo, 11, a Ufac realizou, nesta sexta-feira, 9, um café da manhã compartilhado no Restaurante Universitário (RU) do campus-sede. Foi um momento de celebração e confraternização e as mães foram presenteadas com um botão de rosa.

Este ano, como parte da programação, a equipe inovou e ofereceu um pequeno ensaio fotográfico, produzido pela Assessoria de Cerimonial e Eventos, em parceria com a Assessoria de Comunicação.

As servidoras puderam levar seus filhos para fazer uma foto em um cenário preparado especialmente para a ocasião. Na próxima semana, a programação ocorre no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, com ensaio fotográfico nos dias 13 e 14 de maio, no hall do teatro Moa, e o café da manhã será no dia 16, no RU.

Os álbuns dos eventos estão disponíveis nos links abaixo:

Café das mães

Confira o álbum completo: https://flic.kr/s/aHBqjCdERP

Ensaio fotográfico

Ensaio

Confira o álbum completo: https://flic.kr/s/aHBqjCdrNa

 



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Mestrado em Geografia da Ufac integra projeto de pesquisa em rede — Universidade Federal do Acre

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O mestrado em Geografia (MGeo) da Ufac integra a equipe do projeto de pesquisa “Segurança Integrada na Pan-Amazônia e nas Fronteiras Sul-Americanas: Perspectivas para a Construção de um Modelo de Segurança Integrada Focada na Cooperação Interagências e Internacional”.

O projeto integra uma rede de pesquisa que envolve 22 universidades brasileiras e estrangeiras, 64 pesquisadores nacionais e internacionais, alunos de graduação e 14 programas de pós-graduação no Brasil, entre os quais o MGeo da Ufac. Além de simpósios anuais para divulgar o andamento das pesquisas, o projeto prevê publicações de dissertações e teses.

O coordenador-geral do projeto é o professor Gustavo da Frota Simões, do programa de pós-graduação em Ciências Militares (PPGCM), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. A proposta de pesquisa tem por objetivo geral analisar os desafios para defesa e segurança integrada da Pan-Amazônia e as fronteiras sul-americanas, partindo de uma perspectiva que engloba a segurança humana e avalia aspectos como migração, direitos humanos, crimes transfronteiriços e ambientais, visando à construção de políticas públicas.

Objetivos específicos do projeto

– Apresentar uma política pública de segurança integrada na faixa de fronteira, ancorada na realidade da Pan-Amazônia.

– Avaliar o impacto das migrações internacionais e demais fluxos de mobilidade humana na faixa de fronteira sob uma ótica de segurança.

– Discutir o conceito de segurança integrada e sua relação com a segurança humana e o desenvolvimento sustentável.

– Estudar como os crimes transfronteiriços e ambientais afetam a segurança humana das comunidades indígenas da região pan-amazônica.

6º Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações

O coordenador-geral do projeto, Gustavo da Frota Simões, e o professor Tássio Franchi reuniram-se com os professores do MGeo e a administração da Ufac de 31 de março a 3 de abril. A pauta da reunião foi o projeto e a realização do 6º Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações, que ocorre em 24 e 25 de junho, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede da Ufac.

 



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Em parceria com Exército, Ufac capacita alunos para desafios na selva — Universidade Federal do Acre

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A professora Karlla Barbosa Godoy, do Centro Multidisciplinar do campus Floresta da Ufac, em parceria com o Comando de Fronteira Juruá/61º Batalhão de Infantaria de Selva (CFron Juruá/61º BIS), conduziu atividades no âmbito da disciplina Técnicas de Campo, envolvendo alunos dos cursos de Engenharia Agronômica, Engenharia Florestal e Ciências Biológicas. A ação ocorreu no sábado, 3, e no domingo, 4, no CFron Juruá/61º BIS, em Cruzeiro do Sul.

A proposta foi capacitar os participantes para atuar com segurança em ambientes de selva, desenvolvendo habilidades de sobrevivência, orientação, obtenção de recursos naturais e primeiros socorros em condições adversas.

“A iniciativa demonstra o firme compromisso da Ufac em oferecer aos seus acadêmicos uma formação integral e alinhada com as particularidades do bioma amazônico”, justificaram os organizadores. “Ao vivenciarem situações práticas, os estudantes internalizam conhecimentos e desenvolvem habilidades que os tornarão profissionais mais capacitados e conscientes da realidade local.”

 



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