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Os Houthis estão chantageando as companhias de navegação por milhões? – DW – 12/11/2024

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As companhias marítimas internacionais estão pagando o Grupo rebelde Houthiem Iémen 180 milhões de dólares (169 milhões de euros) mensais?
Um painel de especialistas nomeados pela Nações Unidas para monitorar a evolução militar dos Houthis parece pensar que esse pode ser o caso. Num relatório apresentado ao Conselho de Segurança da ONU em Outubroos especialistas escrevem que o Houthis começaram a cobrar milhões aos navios que passam pela costa do Iémen por garantias de que não serão atacados.
Os Houthis foram disparando foguetes contra o tráfego marítimo ao largo da costa do Iémen desde Novembro do ano passado. O grupo rebelde, que controla a maior parte do norte do Iémen, diz que está a fazer isto para apoiar os palestinianos e para lutar contra Israel e os EUA, que consideram inimigos.
“Os Houthis alegadamente cobraram taxas ilegais de algumas agências marítimas para permitir que os seus navios navegassem através do Mar Vermelho e do Golfo de Aden sem serem atacados”, diz o relatório da ONU, citando fontes anónimas. “As fontes estimam que os ganhos dos Houthis com essas taxas ilegais de trânsito seguro sejam de cerca de US$ 180 milhões por mês.”
Este dinheiro é transferido para os Houthis através a rede informal de transferências de dinheiro conhecida como “hawala”, o relatório continua.
Estas taxas poderiam ascender a cerca de 2,2 mil milhões de dólares (2 mil milhões de euros) por ano e seriam uma das maiores fontes de rendimento dos Houthis. Podem também dar ao grupo um incentivo financeiro para continuar os seus ataques, independentemente do que aconteça em Gaza e no Líbano, dizem os observadores.
Contudo, os peritos da ONU admitiram que não podiam verificar a informação de forma independente.
Especialistas dizem que os números não batem
Vários especialistas em segurança e seguros marítimos expressaram dúvidas sobre o alegado esquema de “passagem segura”.
Os números realmente não batem, diz Stephen Askins, advogado especializado em pirataria e terrorismo marítimo com a empresa britânica Tatham & Co. “Se você começar a fazer as contasSe você olhar para o número de navios que passam e que ainda podem estar em risco, resta apenas um punhado para quem o pagamento pode valer a pena”, disse ele à DW, observando que a maioria dos navios que agora passam pelo Iêmen considera eles não estão em risco. Por exemplo, os navios que servem os interesses russos e chineses geralmente não têm sido alvo dos Houthis.
“Certamente não se pode excluir a possibilidade de que algumas companhias marítimas optem por pagar por uma passagem segura”, disse Lars Jensen, chefe da empresa dinamarquesa de inteligência marítima Vespucci Maritime. “Mas o montante mencionado parece irrealista.”
Jensen observa que um relatório da ONU de 2013 estimou que Piratas somalis potencialmente faturou até US$ 413 milhões em sete anos. “Só desta perspectiva, a noção de que os Houthis estão a ganhar 180 milhões de dólares por mês parece completamente fora de sintonia com a realidade”, disse ele à DW.
Askins também acha improvável a ideia de que o sistema Hawala esteja a ser usado para enviar milhões para o Iémen.
“Apenas uma vez ouvi, como um sussurro ao vento, que uma empresa de segurança sugeriu que o dinheiro poderia ser entregue no mar, no extremo norte do Mar Vermelho”, escreveu ele em uma postagem no LinkedIn esta semana. Há um precedente para isto: no passado, as empresas costumavam pagar aos piratas somalis largando malas com dinheiro de helicópteros. Mas as transferências de dinheiro hawala não funcionam assim. O sistema é baseado na confiança e depende de particulares para facilitar a transferência de fundos de uma pessoa para outra.
“Você nunca pode dizer nunca”, concluiu Askins. “Mas isso é algo que os armadores estão fazendo em todo o setor? Minha impressão é que eles não estão. Agora é possível escrever para (as autoridades Houthi) e ninguém jamais sugeriu que existe um preço (para uma passagem segura).”
Uma nação dividida
Por outro lado, algumas provas podem apoiar a alegação de que as companhias marítimas estão a negociar com os Houthis, mas provavelmente não da forma como afirma o relatório da ONU.
As alegações sobre os Houthis ganharem dinheiro desta forma parecem ter sido publicadas pela primeira vez em Fevereiro deste ano por uma organização iemenita chamada Sheba Intelligence, que alegou que os navios estavam a pagar aos Houthis entre 500.000 e 1 milhão de dólares por uma passagem segura. Esse montante ainda é inferior ao custo da rota mais longa e cara que evita a ameaça Houthi.
A Sheba Intelligence, que afirma ser um meio de investigação de código aberto e não ter um site em funcionamento, não forneceu nenhuma evidência para suas alegações e não respondeu às perguntas da DW.
Motivos políticos também poderiam desempenhar um papel. Após uma década de guerra civil, o Iémen está dividido. Os Houthis têm um governo no norte, enquanto um governo reconhecido internacionalmente está baseado no porto de Aden, no sul. E as publicações da Sheba Intelligence nas redes sociais foram acompanhadas por acusações furiosas dos iemenitas de que os Houthis estavam a lucrar com o conflito de Gaza.
Houthis em contato regular com navios
O que está claro é que os Houthis estão em contacto com as companhias marítimas através do que chamam de Centro de Coordenação de Operações Humanitárias, ou HOCC. Este centro foi criado em Fevereiro e deverá mitigar o impacto da guerra sobre os civis e “aderir aos ensinamentos islâmicos e respeitar o direito humanitário internacional”.
O HOCC é dirigido por Ahmed Hamed, que também controla a organização que supervisiona a ajuda humanitária que chega às partes do Iémen controladas pelos Houthi. De acordo com o think tank iemenita, Centro Sanaa de Estudos EstratégicosHamed tem um histórico do que o think tank chama “shakedowns” isso inclui o desvio de fundos de autoridades locais de bem-estar juvenil, esportes, pensões e religiosas.
É bastante plausível que os Houthis possam usar o HOCC como um “mecanismo de procura de renda”, disse à DW Mohammed Albasha, fundador do Basha Report, uma consultoria sediada nos EUA especializada no Médio Oriente e no Iémen. Através das suas diversas comunicações com empresas de transporte marítimo, o HOCC pode até ter desenvolvido uma “base-alvo”, acrescentou.
“Não tenho nenhuma informação concreta para apoiá-lo, mas não ficaria surpreso se eles realmente estivessem começando a gerar receitas a partir de um posto de controle virtual”, sugeriu Albasha.
“Neste cenário, o HOCC pode cobrar inicialmente aos navios uma taxa de registo e posteriormente exigir pagamentos para uma passagem segura”, explicou. “Um precedente para isto pode ser visto no início da década de 2010, quando empresas ligadas a militares e autoridades de segurança iemenitas trabalharam com corretores de segurança marítima para alugar navios de guerra e marinheiros iemenitas como escoltas privadas para (navios) que cruzavam o Golfo de Aden, dominado pela pirataria, a custos que chegam a US$ 55.000 por navio, por viagem.”
No entanto, Albasha também duvida do valor anual de 2,2 mil milhões de dólares dos peritos da ONU. “Essa afirmação parece difícil de conciliar”, concordou ele. “Para contextualizar, a receita do Canal de Suez caiu 64,3% em maio de 2024, caindo para US$ 337,8 milhões, de US$ 648 milhões em maio de 2023. Para afirmar que os Houthis, que não controlam um canal nem dominam toda a costa do Mar Vermelho… estão ganhando quase US$ 200 milhões por mês em uma região onde a atividade marítima caiu pela metade, é difícil de acreditar.”
Dividido – Iêmen sob o domínio da milícia Houthi
Editado por: Chrispin Mwakideu
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Método inspirador de professora incentiva alunos com deficiência a lerem com prazer; vídeo

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17 de abril de 2025
Com o quadro repleto de palavras e doces ao lado delas, essa professora de Goiás criou um método de leitura inspirador para incentivar alunos com deficiência: quem lê corretamente a palavra indicada ganha o doce correspondente. Eles aprendem e se divertem ao mesmo tempo.
A cena, compartilhada pela psicopedagoga Gisele, de Goiás, já foi vista por mais de 200 mil pessoas, desde que foi postada, em fevereiro. O método criativo e com muito afeto é simples e deu super certo.
“Escolhe uma palavra pra você ler”, pede ela a um dos alunos da turma. “C-O-P-O”, responde o garoto. Com a resposta certa, ele pega o doce colado ao lado da palavra, no quadro, e sai feliz da vida. Esse é o poder do conhecimento, né?
Incentivar a leitura
Segundo a professora e psicopedagoga, o método não é sobre doces, é algo maior.
“A proposta dessa atividade é incentivar o gosto pela leitura. Os alunos leem e ganham um brinde. Eles amam essas atividades”, disse.
E o resultado é incrível. Todos que foram ao quadro conseguiram acertar as respectivas palavras. Um dos mais animados era Lucas, que queria acertar tudo! Depois de acertar uma delas, o jovem chegou até a fazer uma dancinha. O conhecimento abre portas!
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Atividade para Páscoa
Para esta Páscoa, Gisele preparou uma aula especial para os estudantes.
No quadro ela projetou várias imagens tradicionais da data como a uva, o pão, o sino e a cruz.
Os jovens tinham que pegar, em uma mesa em frente ao quadro, as palavras escritas em um papel e colá-las no quadro.
“André, procure onde está a palavra pão e cola lá no quadro”, pede a professora.
Quando André acerta, ela comemora. “Isso, parabéns Dedé!”.
Inclusão de verdade
Para os seguidores da professora, isso é inclusão de verdade.
“Se todas as escolas fizessem a inclusão de verdade as crianças com necessidade especiais teriam oportunidade na vida”, disse uma seguidora da professora.
Outro destacou o significado do trabalho de Gisele:
“Trabalhar com essas pessoas tem que ter muito amor e carinho, eles são pessoas maravilhosas.”
Veja a professora e seu método de leitura para alunos com deficiência:
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Cientista brasileiro pode ter descoberto nono planeta do sistema solar

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17 de abril de 2025
Uma pesquisa conduzida por um cientista brasileiro reacendeu a esperança de confirmar a existência do misterioso nono planeta. Rafael Ribeiro de Sousa, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Guaratinguetá, utilizou simulações que reproduziram a história do Sistema Solar ao longo de 4,5 bilhões de anos para a descoberta.
Com isso, a equipe chegou ao resultado de que a presença do Planeta 9 faz sentido e ajuda a explicar a forma e o comportamento das regiões onde nascem os cometas. “Descobrimos que houve um match, uma coincidência. Nossas simulações foram consistentes com as observações das órbitas dos cometas”, disse ele em entrevista à Universidade.
No estudo, publicado na revista científica Icarus, Rafael, em colaboração com cientistas dos Estados Unidos e França, aponta influência do eventual Planeta-9 na formação de cometas.
Enigma do 9
A ideia de um nono planeta surgiu ainda no século 19. Na época, astrônomos queriam entender perturbações nas órbitas de Urano e Netuno.
Com a descoberta de Plutão em 1930, cientistas acharam que o mistério havia sido resolvido. Mas, logo ficou claro que o planeta era pequeno demais para causar grande influência gravitacional.
Desde então, os cientistas voltaram a pensar na existência de um planeta muito maior, localizado em uma órbita de 600 vezes mais distante do que a Terra em relação ao Sol.
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A novidade
A pesquisa da Unesp focou no comportamento dos cometas que saem da região do Cinturão de Kuiper e da Nuvem de Oort.
Ao simular o Sistema Solar com a presença do Planeta 9, Rafael observou como o astro afetaria as órbitas dos cometas.
O modelo bateu com a realidade: as simulações produziram com precisão a órbita de quatro cometas reais, todas com mais de 10 km de diâmetro e trajetória definidas.
Quase lá
O Planeta 9, segundo estudos, seria escuro, gelado e bem distante. O fato dele refletir pouca luz acaba o tornando invisível aos telescópios atuais.
A notícia boa é que a simulação indicou características mais específicas, como a massa (7,5 vezes a da Terra) e a região exata onde ele pode estar.
O próximo passo é estudar os cometas de longo período, que levam milhares de anos para completar uma volta ao Sol.
Um grande aliado na busca vai ser o novo Observatório Vera Rubin, no Chile.
O mistério do Planeta-9, com a publicação da pesquisa da Unesp, ganha novos contornos. – Foto: Unesp
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Paul Watson: Interpol suspende Alerta Vermelho contra ativista de baleias após pressão

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17 de abril de 2025
Após intensa luta, o ativista Paul Watson teve o Alerta Vermelho, emitido pelo Japão, suspenso da lista da Interpol. Sim, ele está livre! Essa é uma vitória do meio-ambiente e em defesa das baleias, que ele tenta proteger há anos.
Paul é fundador da organização Sea Shepherd, reconhecida mundialmente por lutar pela preservação dos oceanos e da vida marinha. A decisão da Interpol foi publicada no dia 8 de abril e representa uma reviravolta. Até pouco tempo, Paul estava preso na Groenlândia e ameaçava ser extraditado.
Com a suspensão do alerta, o ativista volta a ter liberdade de circulação e já tem palestra confirmada na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre os Oceanos, em junho, na França. “A suspensão é uma mensagem clara: a justiça internacional não deve ser usada como ferramenta política contra defensores do meio ambiente”, disse Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil.
Liberdade chegou
Após a emissão do mandado japonês, Watson foi preso em julho do ano passado. Aqui no Brasil, artistas fizeram campanha pela libertação de Watson, como mostrou o Só Notícia Boa.
Em dezembro, depois de cinco meses preso, foi libertado quando a Dinamarca recusou a extradição ao apontar falhas no pedido dos asiáticos. A suspensão do Alerta não foi à toa.
A Comissão de Controle dos Arquivos da Interpol apontou várias Inconsciências, entre elas a desproporcionalidade das acusações e o risco à integridade física de Paul. A decisão também reconheceu que o caso tem contornos políticos, o que contraria as regras da Instituição internacional.
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Mobilização internacional
A campanha pela libertação de Paul Watson contou com grande participação da Sea Shepherd Brasil e ganhou força nas redes sociais e imprensa.
Na época, o Palácio do Planalto se envolveu e o presidente Lula (PT) enviou uma carta oficial à primeira-ministra da Dinamarca pedindo que a extradição fosse negada.
A resposta do governo dinamarquês veio. Paul foi libertado pouco antes da audiência final que decidiria o destino dele.
Símbolo da luta
Paul não é apenas um ativista. O homem já se tornou um símbolo quando se trata da defesa do meio-ambiente.
Fundador da Sea, o canadense se tornou referência na luta contra a caça ilegal de baleias e outras práticas que ameaçam os ecossistemas marinhos.
Justiça feita!
Paul foi preso em 21 de julho de 2024 na Groelândia e libertado em dezembro do ano passado, mas estava na lista da Interpol. – Foto: Sea Shepherd
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